quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sesc da Esquina - Som da Cidade - 03/10/10

Domingo, 03 de outubro, 18h.

ruído/mm no teatro Sesc da Esquina.

sábado, 11 de setembro de 2010

Taverna do Som - A Praia (por Daniel)



"A uns tempos atrás comecei a procurar pelas bandas instrumentais nacionais a partir das com Hurtmold. Por inferência consegui chegar no post rock. Bem, melhorando, o instrumental nacional. Conheci uns caras como Constantina, M. Takara (Baterista do Hurtmold, projeto pessoal imenso e interessante), Blanched, outros e, Ruído/mm. O nome é tomado como uma medida imaginária para registrar os possíveis experimentos e sonoridades bizarras que os caras faziam. De cara comecei a gostar por causa da agressividade das guitarras, até que fiquei sabendo que eles iriam tocar aqui em Belo Horizonte, no Pequenas Sessões.

Por incrível coincidência, Constantina tocaria com eles e, em Sabará, M. Takara. Pena que só deu pra ir em um. Os caras são bons em estúdio, porém ao vivo a coisa é sensacional. É algo de fechar os olhos e apenas sentir os gritos da Fender Jaguar 65' Vintage ligada a uns quatro bilhões de pedais sair pelo auto-falante. No show, tinham 5 membros no palco, mas a banda é composta oficialmente por seis, sendo o sexto membro um gaitista e sanfonista. Bem, não necessariamente, porque, pelo que vi nos vídeos, todo mundo toda tudo, praticamente.

Cara, o som é incrível. Insano. Completamente estético. Você simplesmente fecha os olhos e escuta, esquece a imagem da banda e se liga apenas nos ruídos bem arranjados. É uma completa sinestesia. Esse álbum, de 2008, foi o último trabalho deles até agora, mas já disseram que vão mandar um disco novo esse ano ainda e será o quarto álbum de estúdio. Ouvi os outros dois e são bons, é claro, mas este é ótimo, por assim dizer.

Vamos ao álbum! Sete faixas incríveis. Começa com "Praieira", uma das minhas preferidas. Começa com um assobio que com tanto delay que, ao vivo, o cara deu um obrigado obrigado obrigado obrigado obrigado obrigado no final da música... Bem, ela é incrível. Possui altos e baixos e a coisa se resume nisso. Seguida pela incrível "Sanfonex", a que obteve mais crítica positiva e não foi à toa. Muito bem arranjada e lembra, em geral, bandas de post rock internacionais.

Mais agitada, "Novíssima", resumida a guitarras. Grandes efeitos e foco nas guitarras. "Caixinha de Som" me lembra muito um palito de dente. Sem ele você se sente desconfortável e uma coisa tão simples consegue ter grande importância. A quebradeira vem em "Célula Dois", guitarras pesadas, bateria em viradas intensas e tudo se torna um ruído orgânico. Quebrando com a pauleira, vem o entre-faixas "Stravinsky sky", do mesmo modo que a quarta faixa faz, ela apenas preenche o vão entre as músicas e consegue fazer com que "A Praia" se torne um final mais do que belo mas, sim, glorioso.

Enfim, tô nessa onda de instrumental de volta e vai ficar aí por uns tempos. É até bom porque pouca gente se interessa pelo coitado, pensando que apenas letra pode trazer mensagem... Mas estão redondamente enganados. A preocupação desses caras é passar a ideia mais clara do "vamos fazer isso e pronto", sem pensar em rimas e outras coisas. Simplicidade.

Bem, fica aí a dica de mais uma banda nacional pra quem quer. Eles já divulgaram no blog que mandarão as fotos do show e, quando eu as tiver, posto aqui pra vocês conferirem (se bem que parte do pessoal que acessa o blog foi, e o negócio encheu, tanto é que uma parte do pessoal ficou pra fora). Esse disco aí, pesando apenas 29MB, merece 8.5!"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ruído/mm e Belo Horizonte

É meus amigos, não é nem um pouco fácil voltar assim, tão de repente de um sonho dos mais perfeitos. Final de semana (27-29/08) estivemos em Belo Horizonte participando do belíssimo festival "Pequenas Sessões". Foi talvez o evento mais organizado em que o ruído/mm participou. É gratificante ver pessoas preocupadas com o bem-estar do grupo, não deixando afetar em nada o produto final que é a música de qualidade. Daniel Nunes, Cinara e Lisa estão de parabéns. Vocês proporcionaram momentos inesquecíveis. Se tem algo que tenho guardado é a responsabilidade de trazer novamente a Curitiba o grupo Constantina. Martelo batido!

Quanto aos shows, em breve postaremos fotos, vídeos e o que mais pudermos. Sei que nos concertos de sábado, no teatro da biblioteca pública, Constantina e ruído/mm fizeram uma noite histórica. Até gente pra fora ficou, infelizmente. O ruído/mm abriu a noite e realmente abrimos tudo, sem medo e sem vergonha (rs). É o que sabemos fazer, mesmo que os técnicos de som fiquem chateados, até porque a referência máxima desses profissionais é praticamente um ponto em meio a tanta variação experimental. Mas o show foi bacana, mesmo com alguns problemas técnicos que me envolveram diretamente (ou problema no amp durante a música Folk ou no meu sistema, preciso ver ainda isso). Mas tudo rapidamente solucionado com a perfeição de toda a organização do evento. Depois veio o grupo Constantina e, sério, foi além da perfeição! Tá pau-a-pau com Hurtmold (se já não ultrapassou os malucos). Sonzera belíssima, refinada, enérgica, de extremo bom gosto. Um grupo que merece estar em destaque, em festivais e teatros do Brasil todo. Em Curitiba eles terão data já já... No final do show, os mineiros convidaram os tímidos paranaenses para um batuque do bom e fechamos a noite com chave de ouro. Mágica? Acho que sim, afinal não existe outra palavra para descrever tudo isso.

É difícil para um membro dessa festa discorrer sobre tudo o que aconteceu sem uma gota de emoção. Espero ler algumas palavras daqueles que ali estiveram como ouvintes. Porém, tenho certeza que a mágica foi disseminada para todos e que eventos como esse mantenham-se operantes por um bom tempo de vida, sem falsos alarmes, egos extremos e falsas badalações. Um evento verdadeiro, com um objetivo específico: levar a boa música aos bons ouvidos. Vida longa às Pequenas (mas imensas) Sessões!

(André Ramiro)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Jornal O Tempo (BH) - Terreno de experimentação (por Daniel Barbosa)



Terreno de experimentação
DANIEL BARBOSA

Instrumental, experimental e livre - são as únicas classificações possíveis de se aplicar ao tipo de som praticado pelas bandas que compõem a programação do Pequenas Sessões, evento que acontece de hoje a domingo, no Teatro Municipal de Sabará e no Teatro da Biblioteca Pública Estadual, em Belo Horizonte. Com três edições realizadas ao longo de 2008, em datas distintas, o que nasceu como um projeto de intercâmbio musical, criado pelo selo mineiro Le Petit Chambre, volta à carga agora com formato de festival, amparado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e sob os auspícios do Conexão Vivo.

Daniel Nunes, diretor do Le Petit Chambre, diz que o Pequenas Sessões nasceu como um canal de diálogo entre as bandas e projetos que compõem o cast do selo - Constantina, Lise (das quais ele faz parte) e Barulhista - e grupos de outros Estados que militam na mesma seara. "Queríamos trocar informações e experiências com artistas que não são conhecidos, não estão no mainstream e que, como a gente, trabalhassem com música instrumental experimental, o que eu também gosto de chamar de música atual", diz.

Ele destaca que, dentro desse conceito, o universo de gêneros é o mais amplo possível, indo do jazz ao punk, do eletrônico ao art-rock, da música ambiente à psicodelia, incluindo as interseções com o vídeo e com a webarte. "São propostas musicais que abarcam todas essas referências, transitando livremente por elas", aponta.

André Ramiro, guitarrista da banda curitibana Ruído/mm (Ruído por Milímetro), considera que seu grupo se enquadra perfeitamente na proposta do Pequenas Sessões, justamente por não se encaixar em estilo nenhum. "Não sei bem o tipo de música que a gente faz, não cabemos em rótulo nenhum. Temos influências que vão do erudito ao punk. O que a gente tenta é capturar o ouvinte o tempo todo, então são muitas variações. Nosso desafio é organizar o barulho, o ruído, que pode ser musical e melódico", situa, acrescentando que o intercâmbio entre os grupos que investem nessa mesma estética musical começa a se fortalecer. "Pelo menos o suficiente para sermos convidados para um festival como esse", diz.

Richard Ribeiro, baterista que toca com Maurício Takara e com o grupo SP Underground, e que comparece ao Pequenas Sessões com seu projeto Porto, reforça o caráter libertário das bandas que compõem a programação. "A definição do que eu faço com o Porto depende de quem ouve. Tem gente que fala que parece Pink Floyd e tem gente que identifica jazz no meu trabalho. Obviamente que a gente pode classificar como instrumental, mas o que pesa mesmo é o desejo de arriscar o que não é convencional", destaca, saudando o evento. "Não é comum você ver isso, um festival com estrutura legal e que tem abertura para esse tipo de som".

Programação
Hoje. M. Takara 3 (SP) e Constantina (MG), no Teatro Municipal de Sabará (rua Dom Pedro II, 400, centro de Sabará)
Amanhã. Porto (SP) e Lise (MG), no Teatro da Biblioteca Pública (pça. da Liberdade, 21, Lourdes)
Sábado. Ruído/mm (PR) e Constantina (MG), no Teatro da Biblioteca Pública
Domingo. Juan Stewart (Argentina) e Lise + L-ar (MG) e Barulhista (MG), às 17h, no Teatro Municipal de Sabará
* Todos os shows acontecem a partir das 20h30, exceto o indicado, e têm entrada franca

Jornal Uai - Festival apresenta música sem rótulos em BH e Sabará



Pequenas sessões chega à terceira edição e inclui cidade histórica no roteiro. Grupos independentes têm repertório diversificado.

Tem música nova em Belo Horizonte. Quem garante é o músico Daniel Nunes, de 28 anos, idealizador do festival Pequenas sessões, promovido hoje e domingo, no Teatro Municipal de Sabará; amanhã e sábado, no Teatro da Biblioteca Pública, em Belo Horizonte. Trata-se de “música livre”, explica o coordenador do projeto. Isto é: criações predominantemente instrumentais, mas não só, que não se baseiam em rótulos, não seguem estilos, trabalham muito com improvisação e mesclam estéticas.

Exemplos dessa perspectiva, conta Daniel Nunes, podem ser vistos nos grupos que vão se apresentar no festival Pequenas sessões. São eles: M. Takara 3 (SP); Ruído/mm (PR); Porto (SP); Lise Lar e Constantina (MG); e o argentino Juan Stewart. Grupos, explica, que fazem música que dialoga com a eletrônica, o rock, a ambient music. “É musica atual, projetos solos ou de bandas que utilizam várias referências, em alguns casos inclusive elementos extramusicais, como projeções em tempo real”, explica. O resultado, acrescenta, é diversificado. Fontes são o ruído, a rítmica (“pulsante e até dançante”) e também a melodia.

“É ainda uma forma diferente de compor”, observa Daniel Nunes. “São músicos que não veem o instrumento de forma convencional,” explica. Exemplos, aponta, podem ser o uso da guitarra para criar texturas (e não melodias) ou a utilização de dois instrumentos (bateria e metalofone) como se fossem apenas um. Artistas que abriram espaço para a nova estética, para Daniel, são autores como Edgar Varése, Hermeto Pascoal, Uakti, John Cage, Steve Reich, entre outros. “E grupos atuais, pouco conhecidos, como o canadense Broken Social Scene”, acrescenta. “A música, por mais que neguem, está passando por momento rico”, avisa.

O Pequena sessões foi criado em 2008, está em sua terceira edição e estreia em Sabará, graças a parceria com o coletivo Forceps. A proposta, conta Daniel Nunes, é reunir artistas que fazem música livre, com foco no instrumental (“mas há quem cante”) experimental. “É mostra de vanguarda. Prezamos artistas que fazem música independentemente de classificações e rótulos”, afirma, lembrando que o festival abriga desde projetos paralelos de bandas de rock até gente que tem formação acadêmica. Pela primeira vez, conta o idealizador, haverá registro do evento para posterior disponibilização.

Festival Pequenas sessões

Apresentação dos grupos M. Takara 3 (SP) e Constantina (MG), hoje, às 20h30; e de Juan Stewart (Argentina) e Lise Lar (MG), com participação de Barulhista (MG), no domingo, às 17h, no Teatro Municipal de Sabará, Rua Dom Pedro II, 400, Centro Histórico de Sabará. Entrada franca.

Em Belo Horizonte – Porto (SP) e Lise (MG), participação Dedig (MG), amanhã, às 20h30, e Ruído/mm (PR) e Constantina (MG), sábado, às 20h30, no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa, Praça da Liberdade, 21, Funcionários, Belo Horizonte. Entrada franca.

Meio Desligado - Festival Pequenas Sessões: Vanguarda musical em BH e Sabará



"...No dia 28, sábado, o Constantina retorna ao palco e recebe a banda curitibana Ruído/mm, que fará seu primeiro show em MG. Com 7 anos de estrada, o Ruído/mm (pronuncia-se “ruído por milímetro”) não nega o nome: vai de calmas texturas a explosões ruidosas em misturas que unem psicodelia, jazz, pós-rock e até punk. Com três CDs lançados e preparando o próximo, o quinteto já foi elogiado por artistas do nível de David Byrne (ex-Talking Heads), que os classificou como uma das bandas mais interessantes da atualidade."

LAB - Disco da Semana - ruído/mm - Praia (por Victor de Almeida)



"São poucas as bandas brasileiras que conseguem a proeza de misturar peso e melodia, sujeira e harmonia. Nesse seleto grupo, figura a curitibana Ruído/mm (lê-se ruído por milímetro). Depois de lançar “Série Cinza” (2004) e “Índios Eletrônicos EP” (2005), o grupo trouxe ao mundo “A Praia”, disco lançado em 2008 pelo selo Open Field/Peligro.

O disco abre com a loucura de “Praieira”, faixa que mescla guitarras distorcidas com experimentações sonoras, passando por momentos mais calmos, outros mais acelerados e dando até uma certa puxada para um ska.

A música, com seus incríveis 9min 33seg não é nenhuma surpresa dentro dos padrões da música instrumental brasileira, mas as mudanças climáticas são muitas durante a viagem sonora e surpreendem a cada ocorrência.

De certa maneira a viagem sonora proposta em “Praieira” dá o clima do disco. Belas passagens são quebradas por muito noise e microfonia, gerando ruídos dos mais diversos.

A faixa mais bonita do disco, “Sanfona”, tem um acordeom que dá um clima enquanto a banda soa delicada e vai numa crescente para o final explosivo com direito a muita distorção e microfonia, coisa que a Ruído/mm faz muito bem, mostrando que o barulho está a serviço da construção melódica dos temas do disco.

“Novíssima” traz à tona as camadas de som sustentadas por guitarras e muito reverb. A levada de bateria mais acelerada faz contraponto com a peso da banda. Mas a introdução da música que sugeria algo mais cadenciado, mais uma vez leva ao caos sonoro. Uma boa para fãs de um bom noise.

Seguem as faixas “Caixinha de música”, um pequeno interlúdio com menos de um minuto de duração, “Célula Dois”, música mais forte do disco, e “Stravinsky Sky”.

E o disco termina exatamente como começou. Se a primeira faixa, “Praieira”, sugeria um viagem sonora de quase 10 minutos, a última música, “A Praia”, sugere o caminho de volta.

Mais caos, mais ruído, mais destruição numa faixa que mostra um pouco do potencial da banda em alternar momentos tranquilos e silenciosos com muita experimentação e noise.

“A Praia” não é mais um lançamento, foi lançado há dois anos, e por isso assim já soa como um pequeno clássico do novo rock instrumental brasileiro, mostrando que num caminho onde melodia e barulhos se fundem, o ruído é a saída. E a Ruído/mm sabia disso.

Para ouvir o disco: http://www.myspace.com/ruidopormilimetro
Para comprar o disco: http://www.peligro.com.br/"

terça-feira, 24 de agosto de 2010

ruído/mm no Pequenas Sessões - BH

Festival Pequenas Sessões

Liberdade criativa é o que norteia as Pequenas Sessões,

projeto de música instrumental experimental que realiza sua primeira edição no formato de festival entre os dias 26 e 29 de agosto em Belo Horizonte e Sabará (cidade histórica da região metropolitana da capital mineira). Na programação, M. Takara 3 (SP), Ruído/mm (PR),Constantina (MG), Juan Stewart (ARG), Porto (SP) e Lise + L_ar (MG) formam um representativo panorama da produção contemporânea experimental brasileira e sulamericana, ao qual o público terá acesso gratuitamente (também pela internet, com transmissões ao vivo no site conexaovivo.com.br/aovivo).

Mais informações em: http://pequenassessoes.net/

Dia 26, quinta-feira
Shows: M. Takara 3 (SP) e Constantina (MG)
Local: Teatro Municipal de Sabará (Rua Dom Pedro II, s/n, centro histórico de Sabará)
Horário: 20h30

Dia 27, sexta-feira
Shows: Porto (SP) e Lise (MG), participação: Dedig (MG)
Local: Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade n21, Savassi, Belo Horizonte)
Horário: 20h30

Dia 28, sábado
Shows: Ruído/mm (PR) e Constantina (MG)
Local: Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa (Praça da Liberdade n21, Savassi, Belo Horizonte)
Horário: 20h30

Dia 29, domingo
Shows: Juan Stewart (Argentina) e Lise + L_ar (MG), part.: Barulhista (MG)
Local: Teatro Municipal de Sabará (Rua Dom Pedro II, s/n, centro histórico de Sabará)
Horário: 17h00

ENTRADA GRATUITA: A retirada dos ingressos acontecerá DUAS HORAS ANTES no dia e local de cada evento

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Quer ganhar ingresso pro show?
Mande um e-mail para [email protected] com nome e RG.
Dois pares de ingressos serão sorteados. Moleza total!
abraços ruidosos!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ruído/mm no Wonka - Agosto 2010


O dia 20 de agosto será um bom teste para o quinteto, antes do show de Belo Horizonte, no projeto Pequenas Sessões. O concerto acontecerá no Wonka bar, tradicional casa de shows de Curitiba e parceira fiel do quinteto ruidoso. Uma noite com apenas ruído/mm no palco, mas com a participação da anti-festa Antipista. Apareça!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Trama Virtual - Artes & Ofícios: ruído/mm

ruído/ mm é uma banda instrumental de Curitiba que gostamos muito (leia mais aqui sobre o novo disco dos caras). Convidamos dois dos integrantes (Rafael e Pill) para desenhar para gente, no nosso Artes & Ofícios. Eles, versáteis ao descobrir as cores sonoras do inverno do interior paranaense e também as cores das músicas, uniram traços a duas faixas, uma do próprio ruído, como seria a "regra", e outra do... ah, descubra aí

(Por Claudio Szynkier)

terça-feira, 18 de maio de 2010


O mundo está vazio lá fora, e talvez chova eternamente.

Raios e ruídos cósmicos de mãos dadas, mostram que o novo começo está perto do fim.

"- Venham ruídos, venham se esconder. Tchau para todo o mau" canta o mendigo. O mesmo pobre homem que acorda às 6h da manhã todo dia, ganha um bom salário, mas não tem vida. Mendiga as notas e os acordes em busca de um pouco de alma.

Morre sozinho, perdido no vazio além corpo...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Release - ruído/mm - 2010

por Felipe Rodrigues

Release

O nome da banda é ruído/mm (ruído por milímetro). O som, indescritível. Uma teia de sonoridades exploradas à exaustão. Experimentais, viscerais, criativos. Calmos e explosivos, os sons do ruído/mm embalam os pensamentos e fazem mexer o corpo em uma mistura que vai do jazz ao punk, da psicodelia ao pós-rock – e o que mais vier.

Definamos de vez: ruído/mm é música contemporânea de qualidade. Uma família original, fresca. Com esse pensamento, o grupo trabalha arduamente na composição de novos sons, todos instrumentais, utilizando os mais diversos instrumentos: acordeom, escaleta, teclados, harmônio, bateria, baixo e guitarras (modificadas e turbinadas com uma infinidade de pedais).

Mais infos em: www.myspace.com/ruidopormilimetro

Histórico

Iniciada em meados de 2003, em uma trajetória relativamente curta, a banda curitibana conquistou um importante espaço no concorrido cenário da música independente Brasileira.

No currículo, somam-se três discos lançados: Série Cinza (2004), Índios Eletrônicos (2005) e A Praia (2008). Este último recebeu grandes elogios da crítica especializada, figurando entre os melhores discos de 2008 na trama virtual; foi considerado um dos melhores 100 trabalhos da década 00 (lista de Alexandre Matias do portal trabalho sujo); e até mesmo foi referenciado numa entrevista com David Byrne no site Pitchfork.

Em 2010 o grupo entrará em estúdio para gravar um novo álbum, com uma expectativa ainda maior de público, crítica e da própria banda.

Formação

André Ramiro: Guitarra, Baixo, Escaleta
Giovani Farina: Bateria
Rafael Panke: Baixo
Ricardo Pill: Guitarra, Teclados, Baixo
Alexandre Liblik: Piano

terça-feira, 30 de março de 2010

LOS MÚSICOS DE BREMEN EN UNA GOTA DE AGUA


A Mariana Zarpellon y los músicos de Curitiba (Brasil) ruido/mm

Son personajes de un cuento… son los Músicos de Bremen en su representación minúscula y acuática, no son ni el asno, ni el perro, ni el gato, ni el gallo de los hermanos Grimm, han tenido que hacer un nuevo reparto de papeles -y todo con permiso de la SGAE- desde el más grande al más pequeño, uno sobre otro, esperan la señal para hacer sonar su canto ¿cómo será?

El asno será la ameba Arcella, lenta y de paso seguro, de gruesas patas y de color marrón grisáceo, voluminosa y pacífica, que pastará mansamente mientras deja que se suban sobre su redondo lomo los demás personajes.

De perro hará el animal sol, ameba sol Raphidiophrys, sus radios estrellados recuerdan al collar de púas largas de los mastines y su nombre “Sol” es el que mejor le sienta, como el de un perro de la infancia, también por su tamaño, se ha encaramado sobre Arcella con intención de asomarse un poco más alto e intimidar a quien se acerque con sus ladridos casi espinosos.

Por ese dicho “eres más raro que un gato verde” y por su habilidad felina y su cola de misino, la verde Chlamydomonas también se sube al costado del animal sol de un gran salto y permanece sobre su lomo en espera de una señal del director de orquesta

Ya sólo falta el gallo, que aquí será el flagelado y alga Mallomonas, de vuelo acuático inseguro y algo titubeante, Mallomonas tiene su cuerpo recubierto de escamas que son plumas de cristal y con frecuencia se defiende con sus muchos espolones de cuarzo.

…y mientras Mallomonas culmina su ascenso, a una señal, todos han empezado a cantar y suena una música como ésta:

♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪♫♪♫♪♪♫♪♪♫♪♪

Es la música de la banda de Curitiba ruido / mm, Música y montaje de un cuento de artista, una obra de Mariana Zarpellon ¡¡ Gracias por todo !!

Arcella, Raphidiophrys , Chlamydomonas y Mallomonas dos amebas y dos algas flageladas que llegaron entre los filamentos de Oedogonium en unas muestras recogidas hace unas semanas por Sergio Pascual en una fuente de Ortigosa de Cameros (La Rioja) y que han sido fotografiadas a 400 aumentos con la técnica de contraste de interferencia.

Gracias a Santiago Ortiz por incorporar nuestro proyecto a su magnífico Bestiario.
Con nuestra gratitud también para Pilar Gil por la publicación en Qúo, a Antonio Martínez Ron ...y también Paul/

Puedes tener otra infomación en la exposición LA VIDA OCULTA DEL AGUA

Y en este catálogo

También en la galería de Fotolog

Y nuestro granito de arena por la Paz

**Nós, ruidosos, agradecemos imensamente ao Antonio Guillén por ceder as fantásticas imagens! Esperamos novos contatos na sequência!!! (ruído/mm)

Clique aqui e conheça a página com as captações de Guillén, mas arranje tempo, porque vale a pena!

domingo, 7 de março de 2010

Sanfona


Videoclipe da música Sanfona, do álbum Praia, produzido por por Mariana Zarpellon com imagens microscópicas de Antonio Guillén.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mondo Bacana - Entrevista com ruído/mm: show e clipe nesta sexta-feira, além de disco novo em 2010 (por Contance Pinheiro)



"Nesta sexta-feira no Wonka Bar, pessoal, tem show do ruído/mm com o lançamento do clipe da faixa 'Sanfona'. Conversei com o geólogo índio integrante eletrônico da banda, André Ramiro, sobre as voltas que o mundo dá e o novo disco a ser lançado este ano. Ah! E sobre o evento de sexta, é claro:

-C- Este então será o terceiro disco do ruído/mm?

-AR- É na verdade nosso terceiro disco de estúdio. No meio do série cinza (2004) e da praia (2008) gravamos um álbum mais experimental, intitulado "índios eletrônicos", isso em 2005. Foi aí que começou o laboratório de guitarras ruidosas do John e meu (o duo índios eletrônicos).

-C- Já estão gravando?

-AR- Estamos fazendo uma pré-produção caseira, com o Panke, nosso novo membro ruidoso. Depois disso, tentaremos algumas formas de alavancar recursos para uma gravação de qualidade, mas vamos ver. De qualquer forma, nossos shows estão contribuindo para a caixinha, tomara que outros Sescs apareçam...rs.

-C- Independente?

-AR- Até o momento sim.

-C- Previsão de "entrega"?

-AR- Primeiro semestre de 2010, se tudo der certo, lançaremos este novo álbum.

-C- Qual a proposta do disco? Serão novas músicas?

-AR- De 8 a 10 novas composições, algumas delas já registradas por câmeras amadoras em shows (rs). Novos elementos estarão presentes na gravação, com certeza. Vamos ver no que vai dar...

-C- A formação da banda mudou bastante de uns tempos pra cá. Como vocês estão hoje? Quem está no time? Como se sentem?

-AR- Depois da saída do Felipe nós mudamos muito. Hoje, acreditamos que temos o grupo certo, em cinco pessoas: Pill, Giva, Liblik, Panke e eu. Fechamos a cozinha e dela sairá o novo disco, claro que com participações especiais da rede de contatos ruído/mm.

-C- Me fala como vai ser a festa de sexta?

-AR- Sexta faremos um show rock psicodélico post-punk erudito... hehe. Será o show de lançamento do clip de sanfona + a estréia oficial do novo quinteto, com contrato de no mínimo 2 anos sem mudanças. rs. Além do ruído/mm, tocará o grupo YOKO5 e os djs Guga Azevedo, Alec (copas), Gui Belotti e o hermano Túlio Bragança. Será a despedida do nosso brother Rafael Martins, que sabiamente irá se comprometer apenas com o Copacabana Club. Eles vão estourar lá fora, tenho certeza! O Wonka é uma das casas do ruído, e isso faz do show uma coisa mais alegre, divertida, desencanada, pois deixamos as preocupações cristalinas pros teatros. É festa pra amigos, público chegado, cerveja e barulho organizado!
Antes do concerto ruidoso exibiremos o clip no porão, acho que vale chegar um pouco mais cedo, porque ficou muito bacana o trabalho.

-C- E o clipe?

-AR- O clipe foi produzido e dirigido pela Mariana Zarpellon, que tem como profissão a fotografia, mas mostrou extremo bom gosto tanto no clip como no cenário do Sesc da Esquina (lembra dos tubos?).
As imagens são de Antonio Guillén, um biólogo espanhol amigo da Mariana, e a edição ficou por conta da Bia Dantas.
A Mari escolheu sanfona porque tem a essência da vida aquática ruidosa, entende? rs

-C- O último show de vocês foi o do Sesc Pompéia em SP, né?! Eu gostei muito. Percebi que tinham muitas pessoas realmente interessadas em vê-los ao vivo. Como estão os planos para shows neste ano?

-AR- Isso, foi no Pompéia, numa noite bacana, de reencontros entre amigos, público de sampa e super agradecimento ao Marcus Preto.
Sesc Pompéia tem som fantástico e espaço perfeito, mas estávamos um pouco contidos. Estamos nos acostumando aos teatros, ainda é difícil encarar um público estático, mas sonoramente é melhor. Em breve teremos mais coisas acontecendo durante os shows.
Para este ano, faremos alguns concertos aleatórios neste primeiro semestre, com o objetivo de somar recursos para a gravação. Com o disco pronto, entraremos em turnê. Espero que desta vez mais longa (várias datas marcadas, calendário real). Temos muita vontade de tocar em Maringá, Londrina, Ponta Grossa e outras cidades do Paraná, além de outras capitais. Tudo depende da gravação, do lançamento e da vontade de todos (que está turbinada, com certeza)."

Leia na íntegra aqui!

ruído/mm + Yoko5 no Wonka!

Show de lançamento do clip de Sanfona. IMPERDÍVEL, inclusive com exibições na noite do concerto!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Defenestrando - Grandes Reportagens - ruído/mm

E o Felipe Gollnick postou no seu blog DEFENESTRANDO uma reportagem sobre o ruído/mm. O rapaz foi longe e escreveu um texto de altíssimo nível, após conversas com Liblik, Pill e Ramiro. Vale a pena conferir a reportagem, basta clicar aqui. De qualquer forma, postermos a matéria no nosso blog para inserirmos este importante trabalho no clipping do grupo.


São 20h00 do dia 15 de setembro de 2009. Embora o teatro do SESC da Esquina esteja com bom público, as luzes brancas que ficam acesas antes do show começar parecem estar mais escuras do que o normal. Essa suposta penumbra aliada ao frio de final de inverno parecem dar à noite uma combinação apropriada de soturnos fatores extra campo para que o ruído/mm (lê-se "ruído por milímetro") faça uma das mais marcantes apresentações de sua carreira: "A Última Praieira", nome com que o grupo batizou a ocasião, encerraria a série de shows feita pela banda desde o lançamento do elogiado disco "A Praia", em meados de 2008, e marcaria uma pausa em suas aparições públicas até que o próximo álbum fosse lançado (aquela acabaria não sendo a última – o grupo ainda tocaria algumas vezes entre o final de 2009 e o começo de 2010).


A apresentação vinha com ar solene não só por causa do glamour inerente a tocar em um teatro, mas porque pela primeira vez o ruído/mm faria seu som em um local que a banda considera apropriado para a apreciação de suas músicas: onde costumam se apresentar, em bares e inferninhos, há a inevitável distração, a cerveja, os amigos conversando; já em um teatro o espectador é praticamente obrigado a prestar atenção nas inúmeras texturas microscópicas de suas composições, construídas com o auxílio de múltiplas guitarras, de grande número de pedais e de um refinado piano, todos estes sustentados por uma cozinha de responsabilidade.


Quando as luzes apagam anunciando o início da apresentação, sobe sozinho ao palco o pianista Alexandre Liblik, que se senta em frente ao piano e anuncia que começará o show com uma cover. O fato não chamaria a atenção se a música não fosse de autoria de Robert Schumann, compositor do período romântico nascido na Alemanha no início do século XIX. A composição traz um clima de alegria contida, algo como se o seu autor soubesse que o mundo é um local incrível mas que por algum motivo não pode aproveitá-lo. Essa sensação parece ser um pouco do que o ruído transmite em suas músicas: alguns poucos suspiros de alegria em meio a um mar de dificuldades do que é tratar com a vida.


Durante as primeiras notas de Liblik surge André Ramiro, que com sua Les Paul e seus inúmeros pedais cria intervenções em cima da composição de Schumann, deixando-a menos erudita mas bem mais climática (especialidade do ruído/mm - criar climas, especialmente climas pesados e sombrios). Quando o primeiro número acaba sobe ao palco o resto da banda: Ricardo Pill, guitarrista e um dos maestros da orquestra; Giovani Farina (ou só Giva), o baterista; João Ricardo (ou João XXIII, como apresentava o programa do concerto), que ajuda nas guitarras e toca sanfona em uma das músicas; e Rafael Martins, concorrido guitarrista que à época tentava botar em um mesmo calendário não só as apresentações do ruído mas de outras bandas a que está relacionado, como Wandula e Copacabana Club. O baixo é visto circulando na mão de um ou de outro, conforme exige a música da vez.


Early years


Antes que finalmente tocasse em um teatro, houve uma extensa caminhada em que o ruído passou por muitos shows em vários inferninhos. Começando em 2003, com uma formação quase completamente diferente da atual (da qual hoje em dia só resta Pill como remanescente – mas ele não aceita muito bem essa determinação matemática, prefere atribuir a mesma característica a Ramiro pela sua importância dentro do grupo, mesmo este tendo entrado no staff algum tempo depois), suando com suas distorções em bares apertados e nostálgicos como o Salim.


Mais tarde, em 2004, a banda gravaria o seu primeiro EP, "Série Cinza", registro que já chamava a atenção ao apontar a sofisticação de suas composições instrumentais, mas que deixava transparecer a crueza de uma banda que ainda estava em seus primeiros anos de vida. No ano seguinte, já após a entrada de Ramiro, o ruído/mm liberou outro EP, "Índios Eletrônicos", totalmente diferente do anterior. De sonoridade livre, caseiro e gravado em apenas uma noite à base de improvisos, não há nele nenhuma melodia de fácil apreciação: pelo seu caráter experimental, algum ouvinte poderia afirmar que não há música nos 22 minutos do disco. Daí surgiu o hoje finado duo Índios Eletrônicos, formado por Ramiro e João (os que gostaram da experiência), que nesta tônica experimentalista gravou nove álbuns e teve até lançamentos na Holanda e em Portugal.


Em 2007 nasceu a Ruído Corporation, que consistia em festas mensais organizadas por Ramiro, nas quais o ruído/mm recebia no extinto Korova Bar da Avenida Batel bandas de Curitiba ou de outras cidades que de alguma forma se assemelhassem à sua proposta. Dessa maneira o grupo foi anfitrião de bandas como Je Rêve de Toi, Labirinto (SP), Fóssil (CE), Hurtmold (SP), Colorir (SC) e outras, sempre anunciadas em elegantes cartazes colecionáveis ilustrados por DW Ribatski, que show após show construiu neles uma sequência de imagens que narra as aventuras ultradimensionais de um casal desorientado.


Ao período que vai de 2003 até 2008, Pill dá o nome de "early years" do ruído, no qual segundo ele "tudo era uma panela de pressão" e que era difícil distinguir ali quem era o quê dentro da banda. O marco da mudança de fase seria o lançamento de A Praia, um dos mais bem-falados discos do rock instrumental brasileiro da última década: a mesma boa matéria prima apresentada em Série Cinza – que agora vinha polida e com menos urgência – rendeu-lhes um sétimo lugar no top 10 daquele ano da Trama Virtual; uma aparição na lista dos melhores do ano segundo o Scream & Yell; um apontamento na lista de melhores da década segundo Alexandre Matias, do blog Trabalho Sujo; e até uma menção em entrevista do Pitchfork com David Byrne. Fora inúmeras citações em outros sites e blogs.


Instrumental?


Aliado a grupos como Pata de Elefante, Macaco Bong, Hurtmold, Guizado e outras, o ruído/mm está no meio de uma agitação que está trazendo o rock instrumental ao gosto da crítica especializada e do público que consome o gênero. Ou, numa visão menos otimista, se não traz ao gosto, pelo menos faz saber que há rock instrumental de qualidade sendo produzido no país. Mas localizar o som destes curitibanos dentro de um gênero e dar a ele uma característica específica é questão mais delicada do que parece.

Não é novidade que uma tarefa difícil é definir o ruído em um subgênero (pós-rock, art-rock, shoegaze etc). Mas a banda avisa para ter cautela até na hora de classificá-la como instrumental. Claro, suas músicas não são cantadas e podem portanto serem taxadas de instrumentais, mas Liblik explica: "se você for ver essas bandas instrumentais todas, vai ver que elas são muito diferentes umas das outras. Talvez a gente tenha menos afinidade com elas do que com uma banda que canta." A sonoridade de seu grupo estaria mais próxima então da curitibana Wandula (enfeitada com a voz suave de Edith de Camargo) do que de grupos como a Pata de Elefante.


Então como eles mesmos definem seu estilo?, a pergunta surge, óbvia. "Como que a gente define? Boa sorte aí" diz Pill, jogando para longe a responsabilidade da tarefa. "Eu não tenho problema nenhum com pós-rock", referindo-se ao que geralmente lhes é atribuído, "mas a gente vai botar um disco novo aí e vamos morder esse tema de volta."


Por milímetro


Quem ouve os mais de nove minutos das músicas "Praieira" ou "A Praia" (os carros-chefe do lançamento de 2008) atentando para os inúmeros detalhes contidos em cada segundo de execução pode imaginar que uma ou outra parte é natural improvisação. Não é. Basta perceber que em suas apresentações a banda executa suas composições praticamente da mesma maneira que as executou da vez anterior. "Nesse aspecto o ruído não é jazz, o ruído não é improviso, é milimétrico" diz Liblik.

Esse falso aspecto de improviso é uma das inúmeras faces a serem encontradas nas músicas do grupo, compostas e executadas sob a influência de um fator chamado Gestalt. O termo está ligado à psicologia e dá nome a uma teoria que sugere que fenômenos psicológicos distintos podem formar um conjunto autônomo e indivisível: a sonoridade do ruído/mm seria construída a partir da expressão das individualidades de cada um de seus músicos, que acabariam se misturando para criar uma unidade não separável que soe bem a todos.


Mas fica difícil a criação de uma unidade quando o que se tem é um grupo cuja escalação é volátil. À parte o que Ramiro chama de quarteto estrutural do ruído (formado por ele, Pill, Giva e Liblik), os demais integrantes estão sempre entrando e saindo da banda: veja-se a saída, tempos atrás, do baixista Rubens K e, mais recentemente, de João; a partida de Rafael Martins devido aos compromissos com o Copacabana Club; e a entrada, há pouco, de Rafael Panke, do Delta Cockers. O obstáculo parece ser superado através da escolha precisa de músicos que anteriormente já saibam muito bem qual é a proposta do grupo, mas também pela liderança de Pill e Ramiro que, seja através de pitacos ou de relações de amizade, direcionam com cuidado os novatos até as terras coloniais.


Essa colocação non-sense até faz sentido: a Trama Virtual, pela voz de Claudio Szynkier, chama o ruído de “(re)colonizadores eslavos da vanguarda em Curitiba”. Uma banda que aceita tal adjetivo e que também traz para o seu cotidiano um termo relativo à psicologia talvez tenha um parafuso a mais. Lembrando, mais além, de suas músicas andarilhas, dá para pensar em excentricidade ou lisergia. Em entrevistas, o grupo faz questão de que algumas de suas respostas não sejam óbvias (exemplo: quando pedi explicações sobre Gestalt, Pill respondeu apenas "é, 2+2=5, né cara"), mas essa qualidade de maluquice calculada está implícita na sua musicalidade, e a identifica. Os tubos retorcidos flutuantes que eram a única decoração no palco da apresentação no teatro do SESC da Esquina também ilustram isso.

Um último aspecto identificável nos infindáveis quilômetros que o ruído tece em suas paisagens sonoras de canos retorcidos e montanhas nebulosas, é que cada milímetro tem um impacto, que pode ser nostálgico, lisérgico (como dito), intelectual, ou o que for. Mas destes, hoje o que chama a atenção é o físico: depois de quase sete anos de overdrives e distorções ruidosas, alguns dos ouvidos da banda talvez já estejam começando a ficar cansados de tantos barulhos pesados. A entrada de Liblik nos teclados, em 2008, veio como uma espécie de antídoto espontâneo e natural, já que este trouxe a erudição citada alguns parágrafos acima e algum refinamento: "é por isso que tem piano agora cara, pra fazer bem para os ouvidos" diz ele brincando, saudável.


Entre novas e velhas referências, saúde e inúmeros outros fatores, o ruído/mm entra agora em estúdio para gravar o seu próximo registro. Resta esperar que, de trás de alguma colina cinzenta e distante, apareça um novo disco iluminado, climático como o anterior, talvez sombrio, contraditório, seja saudável ou não. Mas que marque quem o ouça, tanto quanto marcou quem ouviu e enxergou A Praia.


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Sabe quando você está em casa, sossegado e tranquilo, assistindo a um filminho no DVD, no conforto do seu sofá? Aí o filme acaba mas você ainda está no clima dele, vai aos extras e assiste às entrevistas com todas as pessoas que participaram do filme, do diretor ao segurança? As Grandes Reportagens também são mais ou menos assim: vindo por aqui você tem acesso ao pacotão defenestrado que traz as melhores partes da entrevista que fiz com Ramiro, Pill e Liblik. Coisa fina, pra você que ainda quer ler mais. E o download ainda é levinho (180kb), já que é só texto. Vai lá.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


domingo, 14 de fevereiro de 2010

Fotos ruído/mm no Sesc Pompéia - 12/01/10

A fotógrafa Mariana Zarpellon registrou alguns momentos do concerto do grupo no Sesc Pompéia, em São Paulo. Postaremos algumas delas aqui, mas se quiser conferir todas as fotos, basta visitar o Flickr da banda ou o da fotógrafa.
Abs ruidosos







quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Trama Virtual - Preview: ruído/mm (por Cláudio Szynkier)



"Colonialistas" curitibanos tentam vencer o desafio de dar o passo além depois de um ors-concurs

ruído/ mm é uma estranha unanimidade. Unanimidades tendem a ser estranhas, e obrigatoriamente ruins, pois unem faces e forças do universo de gostos (musicais, no caso) que na verdade nunca deveriam se unir, e pelo contrário: o confronto os fazem crescer. ruído/ mm é uma espécie de "santo" anti-confronto de equalização dessas forças (basta ver o que foi a aclamação do disco deles de 2008, a praia). Isso é interessante pois a música da banda instrumental curitibana, já decifrada (em tentativas) e consagrada (em ações, como esta lista) no mesmo 2008 por aqui, nasce também de uma espécie de sagração ecumênica - que não, não dispensa o confronto de forças, porém. É a velha temática do pós-rock, uma dialética de tons e estruturas caminhando paralelamente, se unindo, se revelando outras. Debatendo, para chegar em algum lugar, em algum sentido, ainda que indeterminável. O ruído ainda tem o aditivo de transportar para essa temática uma espécie de linguagem fantasma da colonização eslava em sua terra de origem, via instrumentos - alguns - que flertam com "folk" dos cafundós europeus. O ruído/ mm é a própria colonização “tradicional”, em síntese, um movimento coordenado, contraditório, de construção de uma certa memória futura; de uma fundação firme, mas de interrogações. Não se decifra, na verdade, o que está por vir, que "terra" se cria, e o tipo de coisa que eles fazem...


Em a praia, todo mundo ficou com caravana. Sem contradição, sem senão. Um perigo fazer um disco depois disso, dessa unanimidade (eles, por proteção, desistiriam de tentar a neblina de estruturas inéditas?). É no que eles trabalham agora, nesse passo além, com previsão de conclusão em junho de 2010. De acordo com o que vocês encontram nesta entrevista concedida a nós por André Ramiro, não há medo de tentar outras rotas, e isso é bom. O nome de várias faixas já adiantadas e uma pequena descrição sobre elas também já estão aqui neste registro. Vale o senão de que, se a filiação ao projeto de criação dos curitibanos é quase irrestrita no universo extra-banda, alguns integrantes "pioneiros" desistiram, ficaram pelo caminho: e é para eles o tema "Valsa dos desertores": o nome já diz tudo. É em homenagem àqueles que tem abandonado o grupo ao longo dos anos. A história e suas contradições.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Dominódromo - ruído/mm, hoje, no Sesc Pompéia. Porque sim. (por Rodrigo Maceira)


Enquanto escuto as 12 melhores músicas que não ouvi em 2009 (!), listadas pelo Fernando aí embaixo, exercito a arte de ficar contente escrevendo sobre o show que os curitibanos do ruído/mm fazem hoje, no Prata da Casa, no Sesc Pompeia. Com participação do grande Panke, que conheço há tempos, sem conhecer muito, suficiente para saber que é grande demais.

O ruído/mm é um clássico recente do nosso rock instrumental. Espacial refinado, camadas de ruídos, de outros sopros suaves; andamentos refinados, alguma coisa de jazz, outra de câmara; melodias bonitas, folia de instrumentos e senso de conjunto bem raro.
Aí estamos: ruído/mm por um 2010 de teimosias saudáveis. Porque sim. Porque o tempo está ficando curto para a semana que vem.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ruído/mm - 25/09/04 - 23h, no Memorial de Curitiba

Ruído e Sinestesia

Baseado em fatos reais, o roteiro tem final inesperado e com jovens e prósperos músicos/diretores, a mais nova produção curitibana, ruído/milímetro, estréia na cidade. Com um elenco composto por distorções, efeitos e muita criatividade eles estão cotados como a melhor trilha sonora para os filmes mentais e individuais de cada espectador/ouvinte. Com toques minimalistas e surrealistas eles se inspiram nos trabalhos de Stanley Kubrick, Salvador Dali, entre outros, para suas experiências sinestésicas.

O ruído do nome não é musical ou muito menos sonoro. É uma analogia ao ruído da comunicação. A motivação de seus idealizadores não é o Oscar ou Cannes, eles só querem mostrar um outro patamar que os trabalhos músicais-visuais podem chegar. Uma interferência distorcida no que absorvemos todos os dias. E estão conseguindo.

Neste CD demo que você está prestes a ouvir/ver, intitulado Série Cinza, o espectador/ouvinte é introduzido no universo de cinco histórias diferentes. Os nomes são factuais, as faixas foram batizadas durante os longos ensaios do grupo. Com isso a abertura para diferentes interpretações e assimilações é explícita para quem quer entrar no clima.

Nas faixas Baixo e Guitarra e Pop, embarcamos em uma deliciosa onda de flash-backs, únicas histórias que fazem uso deste recurso. Nas outras três (Nova, Gatinho e 2) os finais são inesperados. O começo de cada faixa é um caminho sem volta, a constante evolução domina o ambiente. É o cinema e a música em uma só sensação. Bem vindo ao sinestésico mundo do ruído/milímetro.

ruído/milímetro (em letras minúsculas mesmo) é constituído por:
João XXIII (guitarra, teclado, baixo e acordeon)
Felipe Luiz (guitarra e baixo)
Ricardo “Pill” Oliveira (guitarra e baixo)
Eduardo Custódio (bateria)

Catraca Livre - ruído/mm no Prata da Casa


O grupo Ruído/mm se apresenta no Prata da Casa, do Sesc Pompeia, dia 12, às 21h.

Sobre a banda

Os rapazes de Curitiba colecionam uma infinidade de nomes para definir o som que fazem – ou indefinir ainda mais, o que também é uma ótima ideia.
Pós-rock, art-rock, rock alternativo, tex-mex brazuca, experimental, jazz-rock. A banda foi batizada assim, Ruído/mm, exatamente com esse intuito: deixar tudo mais desamarrado, menos determinado, tão livre quanto possível. Por isso o conceito de “ruído por milímetro”, uma relação de medidas que não existe, que não chega a lugar conhecido, que não quer ser lógica.

Zona Punk - Série Cinza (por Wladimyr Cruz)


ruído/milímetro - Série Cinza (2004) - Independente
por: Wladimyr Cruz

Muito interessante o trabalho desta banda curitibana. São cinco faixas, quase totalmente instrumentais, que lembram bastante as loucuras sem vocal feitas pelo Fugazi, ou as experimentações malucas do Trail Of Dead.
Gravação impecável, bela embalagem e muita criatividade, são elementos que colocam o Ruído/MM num status próximo ao de outros grupos de ponta no estilo, como Echoplex, Hurtmold e Diagonal.
Técnica, noise, criatividade, microfonias e loucuras mil ficam em perfeita harmonia, principalmente em "Baixo E Guitarra", primeira faixa do cdzinho, a mais legal que ouvi.
Indicado apenas para iniciados. Molecada de bermudão, fuja!

Agência Alavanca - ruído/mm faz show no SESC Pompéia nesta terça

Em janeiro de 2009, um mini-festival nomeado Curitiba Vai Pro Inferno, concebido por Alavanca, reuniu em São Paulo algumas das melhores promessas da efervescente cena musical da capital paranaense. A escalação acertava em cheio ao levar ao palco do Inferno Club grupos que em pouco tempo ganharam atenção do público e da imprensa cultural.
Entre o pop experimental de Banda Gentileza, Copacabana Club e Sabonetes, estava a viagem sonora intensa e sem porto do ruído/mm, única atração instrumental da noite. Um ano depois, os curitibanos voltam a capital paulista com reconhecimento do projeto Prata da Casa, do SESC Pompeia, por onde já passaram alguns dos mais prestigiados artistas contemporâneos do país.
Na próxima terça, dia 12 de janeiro, às 21h, o sexteto coloca à prova o conceito de “ruído por milímetro”, uma relação de medidas que não existe, não chega a lugar conhecido: sua música sem amarradas, tão livre quanto possível, passeia por paisagens (desertas) de pós-rock, jazz, rock alternativo, art-rock e tex-mex brasileiro, entre uma infinidade de estilos. Alavanca, novamente, vai acompanhar.
André Ramiro (guitarra e baixo), Pill (guitarra e baixo), Rafael Martins (guitarra), Sérgio Liblik (piano), Rafael Panke (baixo e sintetizador) e Giovani Farina (bateria) apresentam os temas de seus dois EPs, Série Cinza, de 2004, e A Praia, apontado entre os melhores discos de 2008. O sexteto também promete levar ao público faixas inéditas, presentes no próximo disco, que será lançado em meados deste novo ano. E a entrada é de graça. Imperdível.
ruído/mm no SESC Pompeia
Projeto Prata da Casa
Terça, 12 de janeiro, às 21h
Rua Clélia, 93 – Pompéia – São Paulo, SP
Grátis
Estacionamento ao lado (não conveniado)
(11) 3871-7700

Guia da Folha - ruído/mm faz primeiro show do Prata da Casa de 2010

da Folha Online
A banda curitibana Ruído/mm --lê-se ruído por milímetro-- abre o Prata da Casa, no Sesc Pompeia (região oeste paulistana), em 2010. Com curadoria do crítico musical Marcus Preto, o projeto acontece semanalmente às terças-feiras, com a ideia de dar espaço para quem está começando na música.
A proposta do Ruído/mm, principalmente na adoção desse nome, é se desvincular de rótulos sonoros, mesmo que fique clara a escolha pelo rock. Pós-rock, art-rock, rock alternativo, tex-mex "brazuca", experimental e jazz-rock são alguns dos estilos encontrados no som dos caras.
Atualmente formada por André Ramiro, Ricardo Pill, Giovani Farina, João Ricardo, Rafael Martins e Sérgio Liblik, a banda se prepara para lançar o disco sucessor de "Praia" (2008), o primeiro da carreira. Antes dele vieram o EP "Série Cinza" (2004) e o álbum virtual "Índios Eletrônicos" (2005).
Roberta Campos e Zé Vicente são os próximos convidados --eles se apresentam em 19 e 26 de janeiro, respectivamente.

BR Press - MÚSICA - Praia ruidosa e curitibana


(São Paulo, BR Press) - A primeira edição do ano do projeto Prata da Casa do Sesc Pompéia apresenta o grupo curitibano ruído/mm – assim mesmo, com letra minúscula. Em show gratuito nesta terça (12/01), 21h a banda aproveita para mostrar o repertório do elogiado disco Praia.
O ano de 2010 promete ser de boas expectativas para o "ruído por milímetro". O grupo está reunindo material para um disco e o show o Sesc marca uma saída da toca, divida entre o estúdio e tempo dedicado a compor.
Atualmente formado por André Ramiro, Ricardo Pill, Giovani Farina, João Ricardo, Rafael Martins e Sérgio Liblik, o ruído/mm lançou em 2008 seu primeiro disco oficial, Praia, pelo selo paulistano Open Field. Mesmo sendo um som instrumental, calcado em texturas de guitarras, distorções e paisagens sonoras, o grupo cativou os ouvidos de críticos e de pessoas que moram fora de sua cidade natal.
Nublado
Praia foi eleito entre os 10 melhores álbuns de 2008 pela equipe do site Trama Virtual e citado por David Byrne, em entrevista na Pitchfork. A praia do ruído/mm, no entanto, não parece ensolarada e sim bem nublada.
Suas músicas são repletas de passagens densas, riffs pesados que se alternam com momentos de contemplação e euforia, mas que cativam o amante de rock experimental eletroacústico, com um pé no shoegaze e outro no minimalismo.
Nova safra
Ao lado do Copacabana Club e Banda Gentileza, com quem dividiram o palco há um ano, na noite Curitiba Vai Pro Inferno, na casa de shows Inferno Club, em São Paulo, o ruído/mm é um destes novos nomes que desponta na capital paranaense.
O show no Pompeia nesta terça servirá para reunir o público cativo e agregar novos fãs para o disco que sai neste ano, revela o guitarrista André Ramiro. O novo álbum do ruído/mm não tem nome ainda, mas está prometido para sair ainda no primeiro semestre. "Após o show em São Paulo, voltaremos para as intermináveis sessões de gravação", diz Ramiro.
Ramiro não esconde a empolgação com o processo de criação do disco, mas se revela cauteloso com os caminhos que eles têm seguido. "Acreditamos no cuidado extremo com a música. Somente ela é capaz de fazer algo pela banda. Temos que esperar esta intuição acontecer de verdade", explica.
Prata da Casa
O Prata da Casa já se tornou uma interessante referência para os apreciadores da nova música nacional. Com curadoria do crítico musical Marcus Preto, o projeto acontece semanalmente às terças-feiras, com entrada gratuita e público garantido. Nas próximas semanas estão agendadas apresentações com Roberta Campos (19/01) e Zé Vicente (26/01).
Entrada gratuita. Retirar ingresso com uma hora de antecedência.
Ouça ruído/mm em http://www.myspace.com/ruidopormilimetro
Sesc Pompéia/Choperia - Rua Clélia, 93; (11) 3871-7700

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

ruído/mm no Sesc Pompéia!

Serviço:
ruído/mm no projeto Prata da Casa
Local: choperia do Sesc Pompéia
Data: 12/01/2010
Horário: 21h
Entrada: FREE