Pequenas sessões chega à terceira edição e inclui cidade histórica no roteiro. Grupos independentes têm repertório diversificado.
Tem música nova em Belo Horizonte. Quem garante é o músico Daniel Nunes, de 28 anos, idealizador do festival Pequenas sessões, promovido hoje e domingo, no Teatro Municipal de Sabará; amanhã e sábado, no Teatro da Biblioteca Pública, em Belo Horizonte. Trata-se de “música livre”, explica o coordenador do projeto. Isto é: criações predominantemente instrumentais, mas não só, que não se baseiam em rótulos, não seguem estilos, trabalham muito com improvisação e mesclam estéticas.
Exemplos dessa perspectiva, conta Daniel Nunes, podem ser vistos nos grupos que vão se apresentar no festival Pequenas sessões. São eles: M. Takara 3 (SP); Ruído/mm (PR); Porto (SP); Lise Lar e Constantina (MG); e o argentino Juan Stewart. Grupos, explica, que fazem música que dialoga com a eletrônica, o rock, a ambient music. “É musica atual, projetos solos ou de bandas que utilizam várias referências, em alguns casos inclusive elementos extramusicais, como projeções em tempo real”, explica. O resultado, acrescenta, é diversificado. Fontes são o ruído, a rítmica (“pulsante e até dançante”) e também a melodia.
“É ainda uma forma diferente de compor”, observa Daniel Nunes. “São músicos que não veem o instrumento de forma convencional,” explica. Exemplos, aponta, podem ser o uso da guitarra para criar texturas (e não melodias) ou a utilização de dois instrumentos (bateria e metalofone) como se fossem apenas um. Artistas que abriram espaço para a nova estética, para Daniel, são autores como Edgar Varése, Hermeto Pascoal, Uakti, John Cage, Steve Reich, entre outros. “E grupos atuais, pouco conhecidos, como o canadense Broken Social Scene”, acrescenta. “A música, por mais que neguem, está passando por momento rico”, avisa.
O Pequena sessões foi criado em 2008, está em sua terceira edição e estreia em Sabará, graças a parceria com o coletivo Forceps. A proposta, conta Daniel Nunes, é reunir artistas que fazem música livre, com foco no instrumental (“mas há quem cante”) experimental. “É mostra de vanguarda. Prezamos artistas que fazem música independentemente de classificações e rótulos”, afirma, lembrando que o festival abriga desde projetos paralelos de bandas de rock até gente que tem formação acadêmica. Pela primeira vez, conta o idealizador, haverá registro do evento para posterior disponibilização.
Festival Pequenas sessões
Apresentação dos grupos M. Takara 3 (SP) e Constantina (MG), hoje, às 20h30; e de Juan Stewart (Argentina) e Lise Lar (MG), com participação de Barulhista (MG), no domingo, às 17h, no Teatro Municipal de Sabará, Rua Dom Pedro II, 400, Centro Histórico de Sabará. Entrada franca.
Em Belo Horizonte – Porto (SP) e Lise (MG), participação Dedig (MG), amanhã, às 20h30, e Ruído/mm (PR) e Constantina (MG), sábado, às 20h30, no Teatro da Biblioteca Pública Luiz de Bessa, Praça da Liberdade, 21, Funcionários, Belo Horizonte. Entrada franca.
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