terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Portal Quase Tudo - Entrevista com ruído/mm
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Trama Virtual - Especiais de fim de ano: Preview 2010 (por Cláudio Szynkier)
Instrumentais e festeiros prometem retomar a “tocha” no Brasil
16/12/2009
Se 2009 foi um ano que teve explosão um tanto oculta, à margem, de algumas manifestações experimentais fora da curva (Acessórios Essenciais, Rump, Alpendre, Buon Giorno Luamada, Península Fernandes, SoulOne), vai ser marcado porém como o ano dos "maduros". Sobretudo como o ano da reafirmação de uma música de caráter altamente brasileiro (a nova-MPB, como alguns escolhem) e mais “adulto” (no mínimo pós-universidade). Os discos de Lucas Santtana, Romulo Fróes, Céu, Heitor e Banda Gentileza, Bruno Morais, Cidadão Instigado, Tiê, Móveis Coloniais e mesmo o nosso favorito Pullovers, para citar apenas alguns, escreveram a história do ano como protagonistas, de acordo com o que comprovaremos em nossa eleição - que será publicada ainda nesta semana - e em qualquer lugar que se ande por aí. Mas e o que reserva 2010? Nós sabemos que alguns discos já estão prontos (Mamma Cadela – leia aqui o Ouvimos Antes -, que aliás apadrinha e produz o de Juliana R, que anda junto com o pessoal do Cérebro Eletrônico, que também tem a ver com toda essa nova explosão de "brazilian pride" - todos os três meio que prontos).
Mas também há o dos dançantes Holger (em fase de imersão "afropit" – leia aqui preview), cheio de canções novas (algumas realmente muito boas, sem concessões pra quem quer a repetição do EP de estréia), e buscando um produtor que dê conta de sua liberdade sonora. Ainda na linha da cintura, estão Garotas Suecas - este em viagem cada vez mais próxima da "psicodelia em brasa", contam os shows -, Lucy and the Popsonics, os fashion-rockers do Copacabana Club, sem falar de CSS: todos devem disparar novidades em 2010 e devem deslocar um pouco o curso dessa tendência de música "para adultos", reequilibrando o passo, de novo, mais para as pistas. O Do Amor, que faz a ponte entre o elemento pista e o lance universitário/ neo-MPB próprio do “padrão” 2009, também tem disco praticamente pronto.
Voltando ao brazilian pride, entre aqueles com pé na MPB tão exitosa em 2009, Karina Buhr já deve ter trabalho pronto (leia aqui preview que fizemos com ela), de Curumin também deve se esperar algo, assim como os mais experimentadores e psicodélicos China, Nuda e Mombojó, recifenses cujos aguardados discos (eventualmente "intercontaminados" pelas mãos uns dos outros, no caso de China e Mombojó) neste momento encontram-se em processo progredido. Mombojó vem de um debute maduro mas ainda indefinido e de um segundo disco de definição que careceu de maior atenção geral, mas que hoje revela algumas pepitas que, mesmo sem a presença do flautista Rafael, morto em 2007, parecem ser o ponto zero das músicas novas, vastamente divulgadas ao vivo e no YouTube. Marcelo "Momo" Frota, entre os mais experimentadores em música brasileira, também tem intimismos novos a chocar com a seta geral mais coletivista da música nacional atual, e os dois discos de Nina Becker, voltando ao tradicionalismo nessa conversa, também devem ter ficado para 2010. Ficaram, certo?
Um filão que em 2010 deve reacender, já que em 2008 esteve em voga e houve recuo em 2009, é o da chamada "nova" música instrumental. Guizado, cada vez menos (estritamente) instrumental, cantando inclusive, prepara um trabalho novo após seu aclamado Punx, isso sem falar nos furiosos do post-rock nervosão do Elma (com os quais fizemos preview recentemente - leia) e do Labirinto, nos (re)colonizadores eslavos da vanguarda em Curitiba do ruído/mm, na Pata de Elefante, que também promete boas novidades e, claro, no Mamma Cadela, que possui o álbum mais atrasado entre todos esses (há poucos meses a banda definiu assinatura de contrato com o selo curve-music). Quem sabe, também o mais antecipadamente colocável entre os possíveis melhores do ano que vem. É batizado Mamma Cadela e a Geração Espontânea aliás.
Uma banda que guarda parentescos na mesma árvore genealógica do Mamma, mas não produz música instrumental, é o stella-viva, de Curitiba, que também tem disco praticamente pronto (leia preview). O quarteto (formado por integrantes que não moram em Curitiba) juntam rock de vanguarda americano com Clube da Esquina. Isso sem falar do Fire Friend, que também tem enveredado pelo post-rock em "registros-teste" em seu perfil na TramaVirtual.
Voltando um pouco aos instrumentais, Hurtmold e principalmente M. Takara, depois da aventura de escudeiros para Marcelo Camelo, também têm sugerido existência de material novo em apresentações (no caso do Takara) e especulações (no caso do Hurtmold, sobre o qual, concretamente, nada sabemos). O Burro Morto já tem Baptista Virou Máquina praticamente encaminhado, e vem inclusive produzindo e divulgando por meio do YouTube alguns teasers desse disco: http://www.youtube.com/watch?v=iA8eFg9VHIQ
No lado mais pop, Apanhador Só (leia preview), Mordida (de Curitiba) e Vanguart devem soltar discos em 2010. Supercordas (leia preview) também, com músicas que já estão na "atmosfera" underground brasileira desde 2007, através de dezenas de apresentações. Saindo do pop, mas ficando na chamada “psicodelia”, no rap, o inquieto Parteum está lapidando pedaço a pedaço seu novo e segundo álbum, de acordo com o próprio, "com começo, meio e fim", assim como ninguém se surpreenderá se Kamau, Nel Sentimentum (outro de Curitiba), Contra Fluxo e Mamelo Sound System também vierem com novas rimas e/ ou produções quentes, dando continuidade a suas obras no hip hop.
Mas e o que pode surgir de novo, de verdade? Bom, cheque aqui essa espécie de carta de tendências que preparamos ainda essa semana em forma de registro de revelações.
Drop Music - ruído/mm abre Prata da Casa em 2010
O Ruído/mm ganhou esse nome com o intuito de deixar as possibilidades musicais da banda desamarradas, tão livres quanto possível. O conceito de "ruído por milímetro" – uma relação de medidas que não existe, veio, então, propor algo novo, que não deseja fazer parte de uma lógica.
Diretamente de Curitiba, os rapazes apresentam o som que ainda não tem definição. Pós-rock, art-rock, rock alternativo, tex-mex brazuca, experimental e jazz-rock, são alguns dos estilos presentes em seus trabalhos. Fazem parte da discografia da banda o EP "Série Cinza" (2004) e o álbum virtual intitulado "Índios Eletrônicos" (2005), discos que antecederam o primeiro CD, "Praia" (2008).
Lugar Certo - Você lembra como foi o show com o Guizado? (por Lielson Zeni)
Ramiro
tem gente que sai pra "dançar com os amigos", gente que sai pra "pegar" (tradutor Globo: azarar), tem gente que sai porque sai.
Sábado, fomos a um bar com cara de bar de pleiba, com cerveja long neck a quase 5 paus e que parecia comportar gente que sai pra pegar, pra dançar com os amigos e que sai porque sai.
Mas, avaliemos os fatos, foi nada (viram? sem dupla negação...) disso que aconteceu.
Lá estávamos nós, lá estavam caras que eu não conheço mas já vi muito e lá estavam caras que conheço, mas não vejo muito.
Em pé, me balançando em vagalhões sonoros, me pergunto sempre e toda a vez que eu ouço o ruído/mm: como eles fazem isso?
a guitarra fantasmagórica de Johnny, o duelo ao pôr do sol de Ramiro, os movimentos tacometrizados de Pill, o ritmo nas baquetas e a satisfação na cara de Giva, as senóides sob controle do Rafael, os graves na mão do Rubens K e, ainda não conhecia, teclas rumurantes de Sergio.
e eu, sempre, espantado com a massa sonora e o crescendo nos ouvidos. não são caras que eu conheço só, não é só um show de rock, é uma experiência, um evento no sentido matemático da coisa.
eu queria escrever e causar uma letargia que sinto ouvindo esses caras.
depois do ruído/mm - que me parece sempre ser curto - a excelente Guizado.
apesar do nome bisonho, a banda é fodástica. Recomendado.
O trumpete parece dizer coisas importantes que eu quase consigo entender, aliado a um groove muito do bão. é grovento e meio jazzudo. também queria escrever um narrador que tivesse essa voz de trumpete, mas tem coisas que são do campo dos compassos.
sempre é bom lembrar que Lúcio Maia, guitarra da Nação Zumbi é integrante da banda. finíssimo!
não sei se pela experiência que foi ruído/mm + Guizado, mas vi um pouco, pulei um pouco sorri um pouco e escrevi um pouco.
A noite estava meio que ganha, apesar da cerveja a 5 paus. pegamos a outra metade e meio que fomos embora.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
ruído/mm na Mojo Books!
[A Praia]
Este é apenas um trecho do texto escrito pela Vanessa Rodrigues, influenciada pelas sonoridades do grupo ruído/mm. Mojo Books é uma editora 100% digital e sua proposta é simples: se música fosse literatura, que história contaria?
O texto na íntegra estará disponível no site da Mojo Books dia 11/12/09, dia da festa de lançamento no Wonka bar, inclusive com show do ruído/mm.
Para entrar no site, basta clicar aqui.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Trabalho Sujo - Os 100 melhores discos dos anos 00 (por Alexandre Matias)
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
SHOW!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Ruído/mm por Felipe Gollnick - blog defenestrando
Explico o parágrafo anterior, de difícil compreensão: ano passado o grupo de rock instrumental lançou o bem-resenhado álbum A Praia. Agora, para encerrar a... turnê? o ruído resolveu fazer uma última apresentação no aconchegante teatro do Sesc da Esquina antes de fazer uma pausa nos shows para a gravação do próximo álbum. Daí o nome "a última praieira". O Defenestrando esteve lá e faz ao leitor um pequeno relatório:
Clima sombrio, luzes escuras. Encanamentos retorcidos como tentáculos pendendo do teto faziam a única decoração do palco. E o som, repetindo os termos, sempre climático, soturno e lúgubre. Mas precioso, sempre polido e, em alguns momentos, pesadíssimo. Desta vertente, estavam lá as paredes sonoras de "Mariachis"; e da polidez, também não falharam o riff limpinho e a sanfona na música que leva o nome deste instrumento. Em "Praieira", mudanças repentinas e alguma violência sonora em nove minutos de música sem voz.
Enfim, showzão. Bom poder ouvir o som do Ruído sentado em uma poltrona de teatro, ambiente muito mais propício à musicalidade do grupo do que barzinhos apertados. Dava para apreciar tudo, do sonoro ao visual, passando pelo climático. Coisa boa de se presenciar.
Agora é esperar o disco novo. Coisa boa deve vir.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Os curitibanos do ruído/mm fazem seu último show do ano no Sesc da esquina - Gazeta do Povo
Pela primeira vez em um teatro, o grupo formado por André Ramiro (guitarra e baixo), Ricardo Pill (guitarra e baixo), João XXIII (acordeon, guitarra e sintetizadores), Sérgio Liblik (piano, escaleta e percussões), Rafael Martins (guitarra) e Giovani Farina (bateria), apresenta, em um set de aproximadamente uma hora, as canções do disco Praia (2008), mais faixas inéditas do novo trabalho, calcado no pós-rock e no experimentalismo. Os ingressos custam R$ 20 e R$ 10 (estudantes, idosos e comerciários). Mais informações, pelo telefone (41) 3304-2222.
domingo, 13 de setembro de 2009
Ganhadores
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Quer entrar no SESC na faixola?
O sorteio será dia 9 de setembro!!!
OBS: Não haverá meio ingresso para quem levar 1kg de alimento. Compre antecipadamente que você conseguirá desconto com os músicos!!!
terça-feira, 25 de agosto de 2009
ruído/mm no oi - por Rubens K
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
O azul do vento no brilho do metal
Navegam os corpos de mel no oceano da ilusão
O navio carregado lança o grito de socorro
Mas o mar agora é doce, seja de mel, seja de broto
O açúcar é sempre perigoso
Peixes nadam contra a maré pra morder a mesma isca o tempo todo
Saboreiam a perfuração do anzol para fugir do inexistente
A ilusão de um mar sem fim, doce e calmo, vago e bandido
O vento dorme e o mar escurece
O dia termina com os corpos doces pulando em forma de prece.
"deserto desertor"
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
ruído/mm no Sesc
O show marcará o final de um ciclo musical calcado em músicas criadas no litoral paranaense, registradas no disco "praia" (open field, 2008). O disco recebeu boas críticas e foi eleito entre os 10 melhores álbuns de 2008 pela equipe da trama virtual.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
domingo, 26 de julho de 2009
Rock de Inverno VII
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Rock de Inverno 7 reúne grupos locais e veteranos do cenário alternativo nacional, como Fellini e 3 Hombres
O Rock de Inverno nasceu da iniciativa de Adriane e Ivan, em 2000, com aquela linha de pensamento underground do ''Faça Você Mesmo'' e passou a reunir o que há de mais interessante no circuito alternativo da cidade. A mostra, bastante prestigiada pelo público, sempre sofreu com falta de patrocínio e consequente falta de verba, o que deixou o evento no limbo por dois anos. Agora, renasce por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
'Desta vez conseguimos captar R$ 40 mil com o fundo municipal de incentivo à cultura para fazer o Rock de Inverno. Não é o suficiente, mas já dá para pagar um cachê simbólico para as bandas e fazer em um local mais profissional. É a primeira vez que há um edital para música independente em Curitiba'', comemora Adriane.
Com a verba, foi possível unir o que há de mais novo na cidade, como os grupos ascendentes Pão de Hamburguer e Heitor e Banda Gentileza, ao lado de músicos experientes em propostas recentes, a exemplo de Liquespace e ruído/mm. ''Os garotos do Pão de Hamburguer, por exemplo, vêm tocando muito bem, são muito bons e já seguem a cultura do rock curitibano. Eles representam uma leva mais recente, depois de Charme Chulo e Poléxia, que apareceram no Rock de Inverno 5'', diz a produtora.
O destaque é a volta da participação de grupos de outras localidades, o que reforça o intercâmbio musical e a inserção da música paranaense em nível nacional. Além do Nevilton, de Umuarama, o Rock de Inverno 7 terá a presença dos veteranos das bandas Fellini (SP), que comemora 25 anos de carreira; e 3 Hombres (SP). Também vêm de fora os emergentes Beto Só (DF) e Lestics (SP).
Os shows oficiais acontecem amanhã e depois, mas a festa já começa hoje, com bate-papo e apresentações que oferecem um panorama da atual efervescência musical curitibana. ''A cena musical curitibana sempre foi efervescente, com seus altos e baixos, mas a quantidade de bandas boas aumentou e estamos vivendo mais um dos momentos bons na música da cidade'', avalia Adriane.
PROGRAMAÇÃO
Hoje
- Bate-papo sobre ''Produção independente - como fazer'', às 19h, no Teatro Universitário de Curitiba (TUC - Largo Coronel Enéas, 0), com entrada franca.
- Festa de lançamento com os grupos Delta Cockers, Rosie and Me e Folhetim Urbano, às 23h, no Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1.334), com entradas a R$ 10.
Amanhã
- Shows com as bandas Liquespace, Pão de Hamburguer, Hotel Avenida, Nevilton (Umuarama), Diedrich e os Marlenes, 3 Hombres (SP) e Beto Só (DF), a partir das 20h, no John Bull Music Hall (R. Engenheiro Rebouças, 1.645). Entradas a R$ 10 (mais um quilo de alimento).
Sábado
- Shows com Heitor e Banda Gentileza, Je Revê de Toi, ruído/mm, Koti e os Penitentes, Fellini (SP), Mordida e Lestics (SP), a partir das 20h, no John Bull Music Hall (R. Engenheiro Rebouças, 1.645). Entradas a R$ 10 (mais um quilo de alimento).
- Mais informações estão disponíveis no site www.rockdeinverno.com.br e pelo tel. (41) 3252-0706.
Curitiba recebe o Festival Rock de Inverno
Preparem os seus ouvidos porque o rock and roll vai aterrissar com força total em Curitiba. Nesta sexta-feira e sábado será realizada a sétima edição do Festival Rock de Inverno - mostra de música independente, o evento que é uma ode ao rock alternativo curitibano.
Criado no ano de 2000 pelos jornalistas Adriane Perin e Ivan Santos, o festival surgiu para dar espaço e voz às bandas independentes. O evento conta com o apoio cultural do Fundo Municipal de Cultura, Livrarias Curitiba, 91 Rock, Era Só o Que Faltava e Influx.
De acordo com Perin, o festival vai contar com 14 bandas provenientes do Paraná, São Paulo e Distrito Federal. A ideia desse evento surgiu para fortalecer a cena rockeira de Curitiba que, segundo a organizadora do evento, é uma das mais fortes do Brasil.
“O evento surgiu de uma necessidade de apresentar ao público excelentes bandas daqui que não tinham muito espaço. Felizmente, o público adotou o festival e comparecem sempre em um bom número, sinal de que esse projeto está mais do que aprovado. É rock and roll em sua essência”, relata.
Perin conta que as bandas presentes nesse evento representam o que há de melhor no cenário independente não só do Paraná, mas também do País. “O cast desse ano conta com muitas bandas boas. Das bandas de Curitiba, temos o Hotel Avenida, Pão de Hambúrguer, Diedrich e os Marlenes, Heitor e Banda Gentileza, Koti e os Penitentes, Liquespace, Ruído/mm, Mordida, Je Revê de Toi. E Nevilton, que vem de Umuarama. São bandas que produzem um som enérgico, inovador e que quem ainda não conhece certamente tem tudo para virar fã. De São Paulo, vem a Fellini, precursora das bandas alternativas do País, que surgiu na década de 80 e vai comemorar os 25 anos de carreira, a 3 Hombres, que também é uma das primeiras bandas indies do Brasil, e a Lestics, que vem chamando a atenção do público, assim como o Beto Só, de Brasília”, avalia.
A organizadora do festival acredita que parte do sucesso ao longo dos anos do evento reside no fato de Curitiba possuir uma cena musical muito forte. “Afirmo que possuímos um dos melhores meios musicais do mundo. Contamos com excelentes artistas que produzem os mais diversos sons. Às vezes entramos em períodos meio turbulentos, mas no geral o rock sempre foi forte na nossa cidade.”
A única reclamação de Perin é a falta de apoio para esses projetos culturais. Ela garante que conseguir patrocínio é muito complicado. “Se os empresários locais prestassem mais atenção, veriam que há um público rockeiro muito forte em Curitiba. Falta hábito para eles patrocinar esses eventos e, quando o fazem, é apenas para artistas de renome. Já tivemos muito mais festivais no passado, o que é uma pena. Falta apoio também do governo do Estado, que poderia criar um link com as grandes empresas para que eventos assim recebessem esse tipo de apoio”, afirma.
Antes do festival, acontece hoje um bate-papo com os produtores do evento no Teatro Universitário de Curitiba (TUC). Os shows acontecem no John Bull Music Hall, na Rua Engenheiro Rebouças, 1645. O ingresso custa R$ 10,00 + 1kg de alimento. As apresentações iniciam às 20h. Mais informações no site www.rockdeinverno.com.br.
Festival volta mais independente
O evento que surgiu da paixão de dois jornalistas pela música ganha, nesta edição, talvez o seu maior reconhecimento. A partir de hoje, 14 bandas independentes voltam a reclamar seu lugar em Curitiba com o Rock de Inverno 7, promovido pelos jornalistas Adriane Perin e Ivan Santos. Serão dez grupos paranaenses, um brasiliense e três paulistas. Dentre eles a cultuada banda Fellini, símbolo da independência musical brasileira.
Os fatores responsáveis pela ausência de rock no inverno dos anos passados estão relacionados à falta de apoio e à importância dada às apresentações das bandas convidadas.
“É sempre complicado conseguir apoio de instituições privadas. Eu e o Ivan nos virávamos para conseguir tudo sozinhos. Nós não somos produtores profissionais, mas gostamos muito do que fazemos”, diz Adriane.
Pela primeira vez, o Rock de Inverno irá pagar um cachê – “uma ajuda de custo”– para as bandas participantes. O evento tem o patrocínio do Fundo Municipal de Cultura da Fundação Cultural de Curitiba.
A curadoria do evento é feita de forma natural por Santos e Adriane, antenados no cenário independente que borbulha país afora. Não há inscrições formais, embora muitas bandas procurem os “produtores”, seja para mostrar o trabalho ou conseguir uma vaga no festival. “Estamos ouvindo essas bandas o tempo todo. Escolhemos as que a gente considera bacanas e que têm importância na cena”, diz Adriane.
Além de nove grupos curitibanos que já têm nome conhecido na cena local e um de Umuarama – confira as bandas no quadro ao lado – estão no line-up a brasiliense Beto Só e as paulistas Lestics, Fellini e 3 Hombres. Esta, guarda uma história que reflete o espírito de comunhão que gira em torno do Rock de Inverno. Na primeira edição do festival, Celso Pucci era um dos jornalistas convidados. Trabalhava na revista Bizz e escreveu resenhas sobre os shows para o jornal O Estado de S.Paulo. Também músico, Pucci fundou a 3 Hombres em 1987. “Algumas bandas dos anos 1980 foram muito importantes para nós. Estávamos mantendo contato com o Pucci, e aí ele comentou sobre a Fellini. Disseram para fazer nossa proposta. E deu muito certo”, comemora Adriane.
Retorno indie e calculado
Que fãs da banda Fellini não se animem muito. O grupo paulista, influência fortíssima no rock brasileiro dos anos 1980, está de volta, sim, mas só para dois shows em comemoração aos 25 anos de carreira. O primeiro foi ontem, no Studio SP, em São Paulo. E o segundo é no próximo sábado, no Rock de Inverno, em Curitiba.
“Foi meio por acaso. Tivemos o contato do Rock de Inverno e o pessoal se interessou. Dependia de muitos fatores, mas rolou. E tem tudo a ver com o espírito do festival”, diz Cadão Volpato (voz e gaita). A Fellini chega originalmente, também com Ricardo Salvagni (baixo), Jayr Marcos (guitarra e vocais), Clayton Martin (baterista) e Thomas Pappon (guitarra e vocais).
O grupo não tocava junto desde 2003, quando se apresentou no Tim Festival. Em dez anos, foram só quatro shows, em rápidos reencontros – Pappon vive em Londres há mais de 20 anos.
“Estamos em uma espécie de ápice da performance”, brinca Volpato. Se no show em 2003 a base foi mais “bossa”, com violões e percussão, os curitibanos deverão presenciar uma apresentação roqueira com duas guitarras, baixo e bateria.
O repertório será baseado nas escolhas feitas pelos fãs na internet e terá duas surpresas. A primeira e a última música do show, revela Volpato, só foram tocadas em público uma única vez. E, aos músicos independentes de plantão, um recado de quem conhece muito os palcos em que pisa. “Acho que fizemos um trabalho decente e ferrenhamente independente. Isso foi salutar do ponto de vista moral, mas não financeiro. Viver de música no Brasil é quase impossível. E, se há sucesso e gravadora, a decadência é irremediável”.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
ruído/mm no Postrocking
Um Oi para a arte paranaense
A operadora de telefonia Oi chegou no Paraná e para marcar sua entrada preparou um mega evento cultural. Neste domingo, a partir das 13 horas, o projeto Expressões Oi toma conta de cinco endereços públicos da capital, com atrações de artes visuais, performáticas e musicais. Serão em torno de 85 atrações simultâneas, todos artistas que fizeram uma inscrição na internet e foram escolhidos para engrossar a já cheia agenda cultural do final de semana.
A diretora de comunicação da Oi, Flavia Da Justa, explica que a intenção é “trazer um olhar sob perspectivas diferentes” . “Quisemos criar um ambiente diferenciado, um ambiente on line que viabilize a troca de expressões culturais, efetivamente, mas sem ser uma dessas redes de relacionamento. Nesse primeiro movimento quisemos formentar a postagem de expressões no site. E ficamos bastante surpresos não só com a qualidade, mas também quantidade. Foram mais de 7 mil expressões, perto de 900 do Paraná”, informa.
A produção, segue, esperava muita coisa musical, por conta do ambiente virtual já ser mais familiar aos músicos da atualidade, mas foi surpreendida também com o volume de inscrições de artes informáticas e visuais. “Pra ter uma ideia, em Curitiba tivemos mais inscrições de artes visuais que de música e artes peformaticas. Agora com o Expressões Oi na rua damos a estrutura para uma aproximação com o público. A ideia é colocá-los à vontade, tocando na rua. Não são mega shows, portanto”, esclarece. O Expressões já aconteceu em Brasilia e, pelos comentários, houve problemas com os lugares escolhidos. O que não deve acontecer aqui, já que os endereços são todos bem frequentados no final de semana: Parques Barigui, São Lourenço, Praça 29 de Março, Ruínas de São Francisco e o menos conhecido pelo nome, o Largo José Knopfholz, que fica próximo do Passeio Público, onde haverá grafiteiros em ação.
A intenção, adianta Flávia, é continuar com ações de perfil cultural por aqui. “O site não vai sair do ar. Queremos agora viabilizar uma proximidade comercial, entre público e artista. Não que vá virar um site de comércio, mas para ajudar se alguém quiser contratar o serviço do artista, por exemplo. Criar este espaço coletivo de criatividade”, observa. Agora, a companhia vai preparar as próximas etapas. “Era tudo muito novo pra gente, um projeto com conceito bacana, mas não sabíamos o que aconteceria. E recebemos inscrições do Brasil todo, embora o projeto esteja acontecendo em três cidades. Isso foi muito bacana. Agora vamos ver o que mais fazer”.
Quem for para as ruas da cidade neste domingo vai desfrutar de uma produção cultural de alto nível. Na parte musical, em especial, saltam aos olhos que foram escolhidos realmente artistas que estão em evidência. E também outros menos conhecidos que merecem atenção diante da qualidade do trabalho. Bandas como Ruído/mm, Nevilton, Copacabana Club, Hotel Avenida, Caio Marques, Mordida, Chucrobillyman são algumas das mais conhecidas.
Por Adriane Perin
Elite indie do Paraná é chamada para o megaevento da Oi
Salve, notívagos! Hoje vou entrar rapidinho para uma notícia em primeira mão (se é que ainda existe isso na era do Twitter ): sabiam que a santíssima trindade – atual – do indie paranaense, aka Copacabana Club, a umuaramense Nevilton e o ruído/mm vão se apresentar num megaevento promovido pela Oi (pois é, a Brasil Telecom, nossa antiga Telepar, agora é Oi) no próximo dia 19 de julho, o Expressões Oi na Rua.
Nesse dia, um domingo, além das três bandas haverá uma série de manifestações artísticas em cinco lugares diferentes da cidade: Ruínas de São Francisco, Centro Cultural de Curitiba do Parque São Lourenço, Parque Barigui, Parque Tingui e Museu Oscar Niemeyer. Essas atrações estão sendo escolhidas entre as cadastradas nesta comunidade virtual, que traz outras informações sobre o evento.
É mais um passo importante das três bandas rumo ao reconhecimento doméstico, já que todas são bastante respeitadas no subterrâneo do pop brasileiro. A Copacabana Club está alguns degraus acima, pois já teve seu clipe (de “Just do It”) elogiado pelo rapper norte-americano Kanye West, faz aparições constantes na MTV e teve a mesma música incluída numa vinheta do canal Fox.
Por Luigi Poniwass
quarta-feira, 15 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Ruído/mm no Popload - IG
A gravação fez parte do mini tour do grupo na cidade de São Paulo.
domingo, 12 de julho de 2009
Festival Oi Expressões
O ruído/mm tocará ao lado de grandes bandas como Wandula, Hotel Avenida e Vadeco e os Astronautas. Pena não podermos contemplar os shows de Koti e os Penitentes, Heitor e Gentileza, Je Rêve de Toi, Delta Cockers, Cassin, Copacabana Club, Yoko5, entre outros.
O set completo pode ser visualizado no site Oi Expressões.
abs
Ramiro
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Os novos sons do Sul
A chamada acima saiu na revista BRASILEIROS. A matéria de Luiz Rebinski Junior trata das boas novas na cena musical paranaense, com ênfase nos grupos sabonetes, heitor e banda gentileza e charme chulo, os três com discos novos para 2009.
É muito bacana esta onda curitibana ainda em evidência, e parece que os grupos estão devidamente sincronizadas para não deixar a peteca cair. Boralá!
Leia a matéria clicando aqui.
saudações ruidosas,
ramiro
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Música de Bolso ruidosa
Vídeo produzido na Casa do Mancha em São Paulo, para o pessoal do Música de Bolso.
sábado, 4 de julho de 2009
Trio de bandas paranaenses presente em megaevento
Três bandas de Curitiba foram convidadas a se apresentar em um evento promovido pela operadora telefônica Oi. As curitibanas Copacabana Club e ruído/mm e a umuaramense Nevilton tocam no próximo dia 19, integrando o projeto Expressões Oi na Rua.
Nesse dia, um domingo, além das três bandas haverá uma série de manifestações artísticas em cinco lugares diferentes em Curitiba: Ruínas de São Francisco, Centro Cultural de Curitiba do Parque São Lourenço, Parque Barigui, Parque Tingui e Museu Oscar Niemeyer. Essas atrações estão sendo escolhidas entre as cadastradas no site do evento – http://expressoes.oi.com.br – que também traz outras informações sobre o projeto.
Os grupos já são bastante respeitados no subterrâneo do pop brasileiro. Copacabana Club já teve seu clipe (de “Just do It”) elogiado pelo rapper norte-americano Kanye West, faz aparições constantes na MTV e teve a mesma música incluída numa vinheta do canal Fox.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Curitiba ficou pequena - Scream & Yell
A cena independente curitibana evoluiu muito nesses últimos anos; talvez o pouco espaço e visibilidade, antes característica marcante seja responsável por esse crescimento: a busca por essa diferenciação nos palcos, e fora deles também, acabou evidenciando o profissionalismo destes músicos; a estrutura cresceu significativamente e hoje Curitiba ficou pequena para tanta banda bacana.
É fácil citar, pelo menos, duas dúzias delas com quem podemos perder algumas horas do nosso dia. Com lançamento do seu primeiro CD previsto para o final de março o Anacrônica faz um som pop que facilmente te fisga e seu potencial para baladas radiofônicas é inegável.
Na estrada de 2004 e com 5 EP’s já lançados o Mordida é irreverente, muito bem humorado e deixa sua proposta bem clara: divirta-se. Já o ruído / mm é no mínimo inusitado; inicialmente você pensa que poderia ter surgido em qualquer outro lugar, menos na “fria, gelada e antipática” capital paranaense.
A Trivolve chama a atenção por sua simplicidade: você tem a impressão que apenas um violão e uma voz seriam suficientes, e neste caso, isso está longe de ser algo negativo. Merecem destaque também o dançante Copacabana Club e seu pop-dançante muito bem feito, a delicadeza poética do Wandula ou ainda a despojada Sabonetes.
Isso tudo sem contar aquelas bandas citadas na reportagem de 2004, gente como o Terminal Guadalupe (que está em estúdio preparando o sucessor do elogiado “A Marcha dos Invisiveis”)¸ a Relespública (que lançou no fim de 2008 um novo álbum), a Pelebrói Não Sei (em período de férias) e o Cores d Flores (com Mariele Loyola à frente). E OAEOZ, a Poléxia e… ok. Vou parar.
Agora, o mais divertido, e acho que você conseguiu perceber é que há um pouco de tudo para todos os gostos - “Um suco de tudo quanto é fruta”, brincou um dos músicos da ruído / mm - e grande parte dentro daquela velha filosofia rocker do “faça você mesmo, do seu jeito e não se complique”.
De qualquer forma você pode andar pela cidade na véspera de um final de semana que com certeza irá ouvir vários comentários do tipo: “Curitiba é tão parada” ou “Aqui não tem nada pra fazer”. Conversinha mole, não acha?
Antes de tudo é preciso ouvir. E não uma ou duas, mas sim, várias vezes. E mesmo assim você corre o risco de acabar tão perdido quanto no início. Ou pode se surpreender…
O ruído / mm – André Ramiro (guitarra, percussão e escaleta); João Ninguém (guitarra, sintetizadores e acordeom); Ricardo Pill (guitarra e teclado); Giovani Farina (bateria); Rafael Martins (guitarra); Rubens K (baixo) e Sergio liblik (piano e teclado) – sim, sete caras e quatro guitarras, surgiu em 2004.
Nossa conversa começou bem humorada; “Fique tranqüilo, somos bem poéticos”, comenta André. “Eu sei, percebi pelas letras”, respondi. “Veja”, continua, “Ruído é uma referência à mistura de tudo que ouvimos, vemos e somos. É o caos sonoro e impossível que se consiga expressar tais referências de uma só vez. O ‘Por Milímetro’ vem dar ordem a esse caos. Orquestrá-lo de forma a apontar para uma linguagem orgânica, com uma unidade estética singular e coerente”.
Seu som quase indescritível impressiona por sua consistência. Abrindo possibilidades para várias interpretações, e isso, você fará à sua maneira. A ausência de letras desperta várias e distintas sensações. Pela manhã é algo; à noite a sensação pode ser completamente oposta. “Ninguém aqui sabe cantar e, pensa bem, a maioria das bandas possuem letras chulas, por isso são ruins. É muita responsabilidade”, brinca André.
Canções como “A Praia” e “Caixinha de Música” merecem ser ouvidas. “Sanfona” é suave e deixar-se levar por ela é uma experiência muito agradável e as distorções de “Célula Dois” assustam; é possível esperar o inesperado. E então você tem a ligeira impressão de que o mundo está prestes a acabar. Curitiba possui aquela fama de antipática, fria. Então qual a reação a um som normalmente inusitado? “Depende da hora do dia – manhã, tarde ou noite – e do humor de cada um. Muita gente não entende o que fazemos, e isso acontece mesmo com grupos instrumentais”, diz André, ou Pill, ou um dos fantasmas logo atrás.
“A vila é forte”, ouço ao fundo. “Só que quem mora aqui não sabe disso, ou faz pouco caso. Digo isso pelo público e não pelos músicos, porque estes sabem faz muito tempo”, completa alguém. No final de 2008 o grupo lançou seu primeiro álbum (“Praia”; Open Field Records – SP), que fez parte do Top 50 do Prêmio Scream & Yell e foi eleito pela equipe da Trama Virtual um dos melhores trabalhos do ano.
Os próximos passos; “Bem, começou cinza, passou pela praia e terminará despido em alguma estrada do norte da Europa”, ouço. “Uma perna de cada vez, sempre, se precisar, pra frente. Se tiver que voltar, voltamos”, finaliza outra voz. Alguns dias atrás ouvi de um amigo: “Não é para mim e, talvez, não seja para você, mas tem seu valor”. Se você quiser, consegue perceber esse valor, que aqui, vem da criatividade e principalmente do inusitado. Acabou, saio feliz. É bom saber que certas coisas são irreversíveis.
Links:
Myspace: http://www.myspace.com/ruidopormilimetro
domingo, 17 de maio de 2009
Folha de Londrina - CAMARIM
Após três anos sem ser realizado, o festival Rock de Inverno confirma sua sétima edição, programada para os dias 24 e 25 de julho, no John Bull Music Hall. A principal atração é o Fellini, banda cult da cena rock paulistana dos anos 80, que encerrou atividades no começo da década seguinte mas realiza shows de reencontro de tempos em tempos, como já aconteceu em 1998, 2000 e 2003 (este último, no Tim Festival).
Festival 2
O Fellini vem a Curitiba com sua formação clássica: Cadão Volpato (vocais), Thomas Pappon (baixo), Jair Marcos (guitarra) e Ricardo Salvagni (bateria). Segue a linha invernal, intimista e de letras inteligentes. Foi uma das primeiras bandas de rock a flertar com a MPB, inserindo algumas batidas de samba às músicas. Isso era percebido, de leve, no álbum de 1986, ''Fellini Só Vive Duas Vezes'', se intensificando no disco de 1987, ''Três Lugares Diferentes'' (vale citar que na mesma época o Beijo AA Força já fazia algo semelhante em Curitiba).
Festival 3
A grade do Rock de Inverno conta com mais 13 bandas. Estão escaladas Ruído/mm, Mordida (estas são as únicas que já tocaram em outras edições), Hotel Avenida, Je Rêve De Toi, Koti e os Penitentes, Heitor e Banda Gentileza, Diedrich e os Marlenes, Pão de Hamburger e Liquespace. Todas essas são de Curitiba. Entre os convidados de outras cidades estão Nevilton (Umuarama), Beto Só (Brasília), Les Tics e 3 Hombres (ambas de São Paulo). Esta última fará um show em homenagem ao falecido Minho K, integrante de sua formação original, e que também já fez parte do Fellini.
Festival 4
O Rock de Inverno terá também uma festa de abertura no dia 23 de julho, no Era Só O Que Faltava, com outros shows (a confirmar). No mesmo dia, às 19 horas, também vai rolar um bate-papo sobre produção de festivais de música independente. Mais informações no site deinverno.blogspot.com
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Release - ruído/mm - 2009
O nome da banda é "ruído por milímetro" ("ruído" = ruído; "/" = por; "mm" = milímetro). Uma medida imaginária para registrar os possíveis experimentos e sonoridades estranhas atingidas pelo grupo. Seja pós-rock, art-rock, rock alternativo, tex-mex brazuca, experimental, jazz-rock ou qualquer outro rótulo que te sirva melhor para definir o som deles. Faixas instrumentais, que brincam com nossos sentidos, explorando a sinestesia para a melhor compreensão de suas músicas.
Simplificando, trata-se de uma banda global, sem fronteiras. Iniciada em meados de 2003, em uma trajetória relativamente curta, a banda curitibana conquistou um importante espaço no concorrido cenário da música independente da capital paranaense – e do Brasil. O tempo, sempre ele, passou e maturou as idéias dos rapazes. No currículo, somam-se três discos lançados: série cinza (2004), índios eletrônicos (2005) e praia (2008). Este último recebeu grandes elogios da crítica especializada, figurando entre os melhores discos de 2008 na trama virtual; foi considerado um dos melhores 100 trabalhos da década 00 (lista de Alexandre Matias do portal Trabalho Sujo); e até mesmo foi referenciado numa entrevista com David Byrne no site Pitchfork. Em 2010 o grupo entrará em estúdio para gravar um novo álbum, a ser lançado ainda no primeiro semestre.
Novos membros da família vieram e antigos fantasmas se foram, mas a essência continua a mesma. O grupo hoje é formado por André Ramiro, Ricardo Pill, Giovani Farina, João Ricardo, Rafael Martins e Sérgio Liblik. Outros músicos cercam a banda numa forma de “corpo de apoio”. Quem sabe um dia o ruído por milímetro transformar-se-á numa orquestra por milímetro.
domingo, 29 de março de 2009
Guizado, ruído/mm e Cérebro Eletrônico
Após breve recesso, a banda liderada pelo trompetista Guilherme Mendonça volta à turnê do álbum Punx em abril. O primeiro show da retomada acontece no próximo dia 4 (sábado) no John Bull Music Hall, em Curitiba.
Sua estreia na capital paranaense será em noite de gala, que além do Guizado, terá apresentações do septeto instrumental curitibano ruído/mm e do combo psicotropicalista Cérebro Eletrônico, de São Paulo.
Guilherme chega a cidade acompanhado pelo baterista Curumin, pelos músicos Regis Damasceno e Rian Batista, respectivamente guitarrista e baixista do Cidadão Instigado, e por Lucio Maia, guitarrista da Nação Zumbi.
Além dos petardos instrumentais do elogiado debute, lançado ano passado, o grupo adianta faixas do segundo CD (algumas com vocais), que deve sair ainda este ano.
O Guizado também é atração do SESC São José dos Campos (8 de abril) e do Auditório Ibirapuera (31 de maio), em São Paulo. Mencionaremos estes shows em futuras notas.
Guizado no John Bull Music Hall
Com Cérebro Eletrônico e ruído/mm
Sábado, 4 de abril, a partir das 22h
Rua Engenheiro Rebouças, 1645 - Rebouças - Curitiba, PR
R$ 40 (estudante paga meia-entrada)
(41) 3252-0706
terça-feira, 24 de março de 2009
Coletânea Dis # 1
domingo, 15 de março de 2009
ruído/mm no mondo bacana
Como muitos pedais, nuances sonoras e sete músicos curitibanos podem ir bem além do rótulo de post-rock
Atualmente a banda desponta como um dos expoentes do segmento post-rock nacional. "Não temos nenhum problema com esse ‘rótulo’ musical, mas acho que já ultrapassamos a linha post-rock. Somos outra coisa, mais indecifrável”, explica em meio a algumas risadas, o baterista Giva.
Avaliando o crescimento do cenário nacional, o guitarrista Pill afirma que “ainda é pequeno o número de bandas instrumentais de post-rock no país, mas do ano passado para cá percebemos um crescimento”. No caso do ruído, o post-rock foi apenas um impulso para o som. Agora já é uma vertente do estilo, certamente muito mais elaborado e bem feito.
Com cinco anos de carreira, o ruído/mm sofreu algumas mudanças na formação. Foram três bateristas em sua trajetória e algumas novas "aquisições", entre elas o ex-baixista do Terminal Guadalupe, Rubens K, e o guitarrista Rafael Martins, também do Wandula. "Rafael trouxe a onda new wave para o ruído e o Rubens agregou muitos bons sons para a banda”, diz o guitarrista e acordeonista John (ou João Ninguém, como se auto-intitula).
(Re)Lançamentos
O grupo, que já tinha gravado dois EPs, lançou, no ano passado, o primeiro álbum, A Praia, pelo selo Open Field/Peligro. O trabalho foi recebido muito bem pelos críticos de plantão, recheando-o de boas críticas e sendo citado, no site Scream & Yell, como uma das melhores capas de 2008. “O disco demorou três anos para ficar pronto. Fizemos tudo por nós mesmos, sem nenhum produtor. Mostramos pro pessoal do selo e então lançamos”, conta o guitarrista André Ramiro.
Ainda em 2008, a banda participou de uma coletânea lançada pela Dissenso – uma espécie de conglomerado de música alternativa e experimental que une loja, selo musical, estúdio e produtora, além de dar uma base de ideias criativas para as bandas do segmento. A primeira coletânea Dissenso, denominada DIS I, uniu quatro bandas nacionais de música experimental (ruído/mm, Labirinto, Fossil e Constantina) e um grupo de jovens artistas gráficos e plásticos, além de fotógrafos. Resultado: criou-se uma sintonia entre imagem e som, que resultou em uma revista-CD suntuosa.
Outro detalhe interessante sobre esses curitibanos é que em breve os dois trabalhos antigos serão reeditados, ganharão algumas faixas a mais e serão disponibilizados aqui pelo Mondo Bacana para download. “Essa é uma ideia antiga e muita gente estava pedindo para nós músicas e discos antigos. Deve sair no próximo semestre”, conta Ramiro.
Estalidos e nuances
Quando o ruído/mm começou a tocar, o que ainda se ouvia eram os ruídos vindos da platéia. Nos primeiros trinta segundos de "Sanfona", porém, pequenos eram os rumores vindos dos espectadores, ainda um pouco atônitos pelo show que começara. Na segunda canção, "Mariachis", o guitarrista Pil dominava o baixo e fazia alguns sons com a voz que pareciam vindos de um lugar muito distante. E finada a terceira música, Rubens K entrava em ação e Ramiro - então no baixo de "Praieira", assumia a quarta guitarra, formando, assim, a versão completa da banda, inclusive com o tecladista Liblik, preenchendo todos os milímetros do palco.
Em alguns momentos, os timbres da banda remetiam ao soar do vento e alguns assovios deixavam claro que se tratava de uma praia deserta. Era apenas um exemplo de que a quantidade de pedais fazia a diferença. Durante o show, havia momentos em que a ambientação era pesada e distorcida. No momento posterior, com um clicar de pés dos integrantes, tornava-se leve e harmônica, gerando, inclusive, aplausos do público no meio da música. Aliás, os integrantes tinham combinado que entre as sete canções apresentadas no James não haveria pausas, mas foi impossível conter os aplausos, principalmente entre uma e outra faixa.
Já na sexta do set, curiosamente intitulada “Baixo e Guitarra” e uma das obras mais clássicas da banda, o som começava um pouco mais dançante, despertando algum balançar de pernas no público. Mas no geral, o ruído/mm é uma banda apenas para se escutar e apreciar as nuances durante as músicas. Com a saideira “Petit Pavê”, isso voltava a acontecer. Então fechava-se mais uma edição da James Sessions com o público, depois do último acorde, respirando fundo e voltando para a realidade....
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Festival Curitiba vai pro Inferno - review
A música independente nacional está em fase frutífera, tanto por parte de bandas, quanto gestores, apoiadores e iniciativas. Grandes revelações e inúmeros coletivos surgiram em 2008, bandas promissoras atingiram a maturidade, shows memoráveis aconteceram país adentro e o próprio Banana Mecânica passa agora por uma nova fase. Este ano promete.
Curitiba vai para o Inferno veio como uma boa abertura de 2009. A Agência Alavanca se mostra forte como um grande meio de articulação da cena: lotou o Inferno Club com público diversificado, trouxe duas bandas do hype de Curitiba a São Paulo, deu abertura para outras duas promissoras em fase de crescimento, e mobilizou até mesmo grandes veículos para o festival. O recorte do evento foi simples e as bandas, no geral, cruas. Ainda assim, serviu para mostrar o espaço que há para novas iniciativas e para se fortalecerem os movimentos colaborativas pelo Brasil.
Ruído/mm
Como abertura de uma noite pop, o Ruído por Milímetro quiçá foi mal colocado. É instrumental, experimental, com pé no rock progressivo – tudo para dispersar um público pronto para bandas cancioneiras, melosas e/ou da frente poperô (Lucio Ribeiro estava lá).
No entanto, a qualidade do show veio a calhar. Se argumentamos cá, ano passado, que Macaco Bong se assemelha a um diálogo entediante, o Ruído ensina. O som é expansivo, mas bem delineado. A nota de um integrante dá vazão ao acorde de outro, e assim começa uma conversa em que cada um sabe criar, argumentar, responder e enfim pontuar.
Não se limitam a uma só vertente instrumental (esse pé no progressivo), e sentimos diferentes influências (até mesmo metais caipiras) em diferentes pontos da conversa, como parábolas. Uma banda que tem ainda muito que buscar para firmar sua identidade, mostra estar ciente disso e caminha pela trilha certa.
Heitor & Banda Gentileza
Da moda de fazer modinhas. Pélico, Tatá Aeroplano, Rafael Castro, Numismata, Do Amor - a música cafona aparece como uma das vertentes mais fortes a marcar 2009, e é nessa frente que vem a Banda Gentileza, representando Curitiba, destaque da noite.
Canções, é o que Heitor sabe fazer, de valsinhas, tangos, baião a música caipira. Nesta sexta-feira, os músicos da Gentileza mostraram que dominam a arte de fazer música pop, sem seguir fórmulas pré-estabelecidas. Inclusive as fórmulas próprias. No concerto, recriavam-se a cada canção, fosse pela variação rítmica, fosse pela constante troca de instrumentos entre os integrantes.
Junto ao Ruído, chegou como banda em processo de evolução, de firmamento de uma identidade própria, e merece maior apoio de mídia e público. Os metais deram alegria e potência ao som, mas algumas poucas vezes entraram em descompasso, pelo menos enquanto o som ainda não estava redondo nos monitores. Não pecaram em qualidade, o descompasso representa mais uma insegurança latente do que qualquer defeito propriamente dito. O cover de Michael Jackson, diga-se de passagem, chamando o público no meio do show, poderia ser descartado pela banda para impor melhor seu próprio espaço, deveras promissor.
Sabonetes
Cai a hombridade, mas a noite prossegue brega. Desta vez com os Sabonetes. Músicas pop medianas que se dividem entre (1) candidatas a novo hit do verão e (2) bases pop-rock extrapolando os limites do melodrama (leia-se “emo”), se é que isso é lá uma divisão.
Não chegam a ofender, tampouco agradam. Uma banda mediana, de fato, com potencial para crescer país afora como boyband simpática.
Copacabana Club
A fórmula que deu certo em 2007. Banda eletrônica, com mulher nos vocais e exacerbada influência dos anos 80, seja no som, seja no visual. Cada músico executa devidamente seu instrumento, sem inovações. O som é enxuto e faz o público dançar. Não podemos deixar de sentir que o Copacabana Club não vai muito além da sombra de Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê.
Luis Fernando Santos
Stephanie Fernandes