"Quinteto lota o Teatro do Paiol e, com poucas palavras, faz plateia viajar apenas na sua música instrumental
Há algo de hipnótico no som do ruído/mm. Quem esteve no show da banda no sábado 21 de julho que o diga. Por mais fascinante que seja ver o curitibano Teatro Paiol lotado – e por isso, entenda: “com pessoas sentadas até nas escadas” –, era difícil tirar os olhos de Alexandre Liblik, André Ramiro, Giovani Farina, Rafael Panke e Ricardo Pill. Como se, ao parar para observar os olhos vidrados, as bocas entreabertas e o balançar sutil de cabeças, você fosse perder algum pedaço essencial de alguma das composições.
Sabendo ou não desse efeito sobre o público, os músicos fizeram uma apresentação inteiramente focada nela: a música. Pouca conversa. Nada de exagerado ou performático, mesmo com pleno domínio sobre seus instrumentos. Até a iluminação parecia ser apenas o suficiente para o show não ser às escuras. O negócio ali era ouvir.
ruído/mm: hipnose coletiva Foto por Chico de Deus |
Cada uma das composições recebeu aplausos entusiasmados, mas o ponto (mais) alto foi “’Índios’”, da Legião Urbana. Ao vivo, a versão conhecida pelo público apenas por meio de um vídeo amplamente divulgado e comentado nas redes sociais, atendeu às expectativas e fez muita gente declarar, mesmo que aos cochichos, que a releitura é melhor do que a original.
O único incômodo durante a apresentação – mais para os músicos do que para os espectadores – foram, ironicamente, um ruído persistente numa das caixas de som e alguns problemas com o retorno. Se o sorriso de Liblik, tão ou mais persistente do que o tal ruído, regula, os músicos saíram do Paiol para aquela noite estranhamente quente do inverno curitibano tão satisfeitos quanto o público.
Set list: “O Prestidigitador”, “Zarabatana”, “Sanfona”, “Novíssima”, “Valsa dos Desertores”, “Pop”, “Ciclotimia”, “Esquimó”, “Requiem For a Western Manga”, “’Índios’”. Bis: “Petit Pavê”."
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