quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sesc da Esquina - Som da Cidade - 03/10/10

Domingo, 03 de outubro, 18h.

ruído/mm no teatro Sesc da Esquina.

sábado, 11 de setembro de 2010

Taverna do Som - A Praia (por Daniel)



"A uns tempos atrás comecei a procurar pelas bandas instrumentais nacionais a partir das com Hurtmold. Por inferência consegui chegar no post rock. Bem, melhorando, o instrumental nacional. Conheci uns caras como Constantina, M. Takara (Baterista do Hurtmold, projeto pessoal imenso e interessante), Blanched, outros e, Ruído/mm. O nome é tomado como uma medida imaginária para registrar os possíveis experimentos e sonoridades bizarras que os caras faziam. De cara comecei a gostar por causa da agressividade das guitarras, até que fiquei sabendo que eles iriam tocar aqui em Belo Horizonte, no Pequenas Sessões.

Por incrível coincidência, Constantina tocaria com eles e, em Sabará, M. Takara. Pena que só deu pra ir em um. Os caras são bons em estúdio, porém ao vivo a coisa é sensacional. É algo de fechar os olhos e apenas sentir os gritos da Fender Jaguar 65' Vintage ligada a uns quatro bilhões de pedais sair pelo auto-falante. No show, tinham 5 membros no palco, mas a banda é composta oficialmente por seis, sendo o sexto membro um gaitista e sanfonista. Bem, não necessariamente, porque, pelo que vi nos vídeos, todo mundo toda tudo, praticamente.

Cara, o som é incrível. Insano. Completamente estético. Você simplesmente fecha os olhos e escuta, esquece a imagem da banda e se liga apenas nos ruídos bem arranjados. É uma completa sinestesia. Esse álbum, de 2008, foi o último trabalho deles até agora, mas já disseram que vão mandar um disco novo esse ano ainda e será o quarto álbum de estúdio. Ouvi os outros dois e são bons, é claro, mas este é ótimo, por assim dizer.

Vamos ao álbum! Sete faixas incríveis. Começa com "Praieira", uma das minhas preferidas. Começa com um assobio que com tanto delay que, ao vivo, o cara deu um obrigado obrigado obrigado obrigado obrigado obrigado no final da música... Bem, ela é incrível. Possui altos e baixos e a coisa se resume nisso. Seguida pela incrível "Sanfonex", a que obteve mais crítica positiva e não foi à toa. Muito bem arranjada e lembra, em geral, bandas de post rock internacionais.

Mais agitada, "Novíssima", resumida a guitarras. Grandes efeitos e foco nas guitarras. "Caixinha de Som" me lembra muito um palito de dente. Sem ele você se sente desconfortável e uma coisa tão simples consegue ter grande importância. A quebradeira vem em "Célula Dois", guitarras pesadas, bateria em viradas intensas e tudo se torna um ruído orgânico. Quebrando com a pauleira, vem o entre-faixas "Stravinsky sky", do mesmo modo que a quarta faixa faz, ela apenas preenche o vão entre as músicas e consegue fazer com que "A Praia" se torne um final mais do que belo mas, sim, glorioso.

Enfim, tô nessa onda de instrumental de volta e vai ficar aí por uns tempos. É até bom porque pouca gente se interessa pelo coitado, pensando que apenas letra pode trazer mensagem... Mas estão redondamente enganados. A preocupação desses caras é passar a ideia mais clara do "vamos fazer isso e pronto", sem pensar em rimas e outras coisas. Simplicidade.

Bem, fica aí a dica de mais uma banda nacional pra quem quer. Eles já divulgaram no blog que mandarão as fotos do show e, quando eu as tiver, posto aqui pra vocês conferirem (se bem que parte do pessoal que acessa o blog foi, e o negócio encheu, tanto é que uma parte do pessoal ficou pra fora). Esse disco aí, pesando apenas 29MB, merece 8.5!"