terça-feira, 26 de março de 2013

Tudo o que você (ou)vê - show ruído/mm ruínas de sao francisco curitiba 320 anos (por Tudo o que você (ou)vê)


"Dando sequencia aos shows de sábado, a banda curitibana Ruído/mm subiu ao palco das Ruínas de São Francisco e  apresentou seu álbum A Praia (2008). Fechando a trinca de shows de comemoração aos 10 anos de banda. Formada por Pill (guitarra), André Ramiro (guitarra), Giovani Farina (bateria), Rafael Panke (baixo) e Sérgio Liblik (piano, teclado e escaleta) a banda irá se concentrar na gravação do novo álbum, o quarto da banda.

E enquanto a banda não volta aos palcos, você confere as fotos desta ultima apresentação aqui no blog."

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Gazeta do Povo - Capa do Caderno G - Uma década de ruído (por Cristiano Castilho)


"Banda curitibana que desafia ouvidos acomodados, ruído/mm completa dez anos de estrada com uma série de shows que revive seus três discos

Antes dos shows do ruído/mm, é comum que os desavisados se surpreendam com a quantidade de pedais e com a qualidade dos instrumentos que a banda utiliza. Durante as apresentações, gritos tribais e movimentos descontrolados do corpo podem surgir também, sem avisar, tanto por parte do grupo quanto do público. E, depois de tudo, o sinal de que a apresentação do quinteto curitibano foi algo entre uma viagem espacial e uma catarse terrena, pode ser verificado na réstia de barulho que persiste e teima em vencer o silêncio. “Acabamos de ensaiar e o ouvido está zzxxxxxZZxVtrrrrbbbzzzzzzzzzzzzzzxxxssss”, disse André Ramiro, guitarrista do grupo que está comemorando dez anos de estrada com uma trinca de shows “temáticos” em Curitiba. O próximo será neste sábado, no 92 Graus, e irá contemplar o repertório do disco série cinza, o primeiro do grupo, lançado em 2004.

Não seria exagero dizer que o som do ruído/mm é muito curitibano, já que mescla silêncio e barulho, afago e porrada, introspecção e loucura. São características do subgênero post-rock, que acompanha a banda desde sempre, e que surgiu meio sem querer. “Os primeiros shows eram desorganizados e barulhentos, mas tinham toda uma energia envolvida, muito verdadeira. Eles faziam experimentalismo sem querer. Há quem diga que faziam post-­rock sem que tivessem ouvido uma banda de post-rock até então”, conta Ramiro, que entrou para o ruído em 2004, depois de acompanhar alguns shows da banda e “ficar fã dos caras”, que na época eram John XXIII, Pill, Felipe Luiz e Dudu.

Exterminador do Futuro

No início da década passada, havia um palco no Shopping Estação, quase em frente à praça de alimentação. Foi ali, depois da pré-estreia do filme Exterminador do Futuro 3, que a banda se apresentou pela primeira vez. Para susto de muita gente. “Alguns pararam pra ver, mas acho que a maioria do povo saiu correndo”, atesta o guitarrista Pill, único membro-fundador ainda em atividade no ruído. Na mesma noite, um jornalista disse à banda que o som era parecido com o que fazem os nova-iorquinos do Helmet – cuja sonoridade pode ser definida como post-hardcore. Alguns dias depois, o grupo tocou no antigo Bar do Salim, junto com a extinta Lonely Nerds’ Songbox. E tudo começou pra valer, apesar de a sonoridade do ruído exigir um punhado de dedicação e atenção.

“Somos como trilhas sonoras, basta se deixar levar”, compara Ramiro. “Desde o começo, nos saudavam por inventar tudo aquilo na hora. Quando explicávamos que não tinha nada de improviso e aquilo tudo era ensaiado, aí sim confirmavam que éramos todos loucos mesmo”, conta Pill.

Depois de dez anos de palco e principalmente após o lançamento de introdução à cortina do sótão (2011), cujo show ocorreu no último dia 1,°, da aproximação com o selo Sinewave, e da gravação da Popload Session em 2012 (recriaram de forma magistral a música “Índios”, da Legião Urbana), o ruído/mm se tornou reconhecido e respeitado. É com esse repertório que André Ramiro não titubeia ao comentar sobre a cena curitibana. “Nada mudou. Temos várias bandas boas e promissoras, alguns bares que ajudam e outros que atrapalham, algumas pessoas que gostam das bandas de verdade e outras que só fazem tipo. A cidade ainda tem jeito de interior e nós estamos mais velhos.”

Para Pill, os blogueiros independentes, o público – “curioso, aberto, atento” –, os pequenos produtores de festivais, shows, programas de rádio, desenhistas, roteiristas e “sonhadores de plantão” dão uma mãozinha e motivam as bandas a seguir em frente.

Mas, se olhar para o passado é ter a certeza de que pouca coisa mudou, para o futuro a banda já tem uma previsão do que pretende fazer, levando-se em conta suas composições complexas e a vida, que pode ir do barulho ao silêncio em uma pisada de pedal. “Não ir para um hospício”, brinca Ramiro.

Futuro

Banda vai “sumir” para gravar novo álbum, que precisa de apoio para sair

Aproveite os últimos shows do ruído/mm. Quem avisa é a própria banda, que vai se retirar depois da apresentação do dia 23 para compor um novo disco, o quarto da carreira. “Vamos sumir o máximo que der. Espero estar mais tempo em Curitiba do que nos últimos dois anos”, diz o guitarrista André Ramiro, que mora no Rio de Janeiro. Uma dica para o novo álbum: “Talvez a alma esteja mais rocker e o elo experimental tenda a retornar”, conta. Mas há um porém. O disco foi aprovado pela Lei de Mecenato da Fundação Cultural de Curitiba. A Caixa Econômica financiou 50% do disco e a banda, agora, procura alguém para investir os outros 50%. “Sem estarmos com 100% da captação não há como iniciarmos os trabalhos, então a coisa está urgente neste momento,” avisa Ramiro.

Shows

série cinza:
92 Graus (Av. Manoel Ribas, 108), (41) 3045-0764. Dia 9, às 22 horas. R$ 15.

praia:
Ruínas de São Francisco. Dia 23 às 16 horas. Entrada franca.

Os discos estão disponíveis para download gratuito no site www.ruidopormilimetro.com"

Cenário Novo - Show ruído/mm 01/03 - Projeto Radar Imagens e Sons - TUC (por Laís Valério)


"ruído/mm na pele

Começou assim devagar e sereno com a calma de quem espera a brasa apagar, o som que entrou em mim. Ou com a curiosidade cautelosa de quem abre a cortina pra ver o que tem no sótão. Um cara tocando de olhos fechados, outro em um transe com sua guitarra, o que faz caretas em meio às baquetas. E eu ali ansiosa pra ouvir fechei os olhos em alguns momentos também. O público aparentemente estático estaria sentindo frações de ondas sonoras entrando nos seus corpos como eu? Estariam eles sentindo os ruídos reverberantes em cada milímetro de seus órgãos? De repente imagens de petit-pavé são projetadas num telão branco que deve ter ficado honrado com a dança a que foi convidado para bailar. Eu só me dei conta de que era espectadora e não improvisava junto quando algumas palmas perdidas começaram no fim da música. Ah é, pensei, eu estou num teatro, vendo um show e tem pessoas ao meu lado. Aliás, quando se trata de ruído/mm eu tenho problemas em aceitar os aplausos, calorosos ou não, que surgem logo em seguida. E isso pelo simples fato de que pra mim a música dessa banda não acaba quando acaba. Ela continua me passeando por um tempo e treme na corrente sanguínea. Após prazerosa lentidão em mim eu quis levantar e dançar o que me tocava, cada pequena parte dos instrumentos que cantavam suas vozes. Tantos detalhes nos barulhos e timbres como os muitos tons de branco que percebe um esquimó. Bem antes de nos levantarmos para deixar o teatro ou eles saírem do palco, antes do fim que não tem fim, eu já havia me rendido a esta música que encorajaria qualquer um a ser um desertor."

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terça-feira, 5 de março de 2013

Na Mira do Groove - 15 artistas/discos para ouvir e baixar na trama virtual (por Tiago Ferreira)


(...)“Uma teia de sonoridades explorada à exaustão”, é a definição de Felipe Rodrigues para a banda instrumental de Curitiba (PR). Tem som céltico (“Zarabatana”), drones de post-rock com intersecções jazzísticas (“Valsa dos Desertores”) e muito mais em uma das bandas instrumentais mais criativas da atualidade. Isso que mencionei apenas as faixas do ótimo Introdução à Cortina do Sótão (2011). A página abriga todos os quatro álbuns da banda, inclusive o debut Série Cinza (2004)."(...)

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