quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007
Uma noite com a Ruído Corporation e a fúria rock do Ludovic
André Ramiro, João XXIII, Pill e Felipe Luiz e Giva estão de volta para a terceira edição da festa Ruído Corporation
André Ramiro, João XXIII, Pill e Felipe Luiz e Giva estão de volta para a terceira edição da festa Ruído Corporation. Hoje a banda deles, a ruído/mm, recebe mais visitas ilustres no Korova Bar para outra noite regada à energia vital do rock. A convidada desta sexta é a a paulistana Ludovic, comanda pelo incendiário Jair, banda que divulga seu segundo álbum e já é conhecida dos curitibanos de outras performances. Ano passado, tocou junto com a Charme Chulo no Porão Rock Clube, mostrando mais uma vez porque é considerada uma das revelações dos porões brasileiros.
Mas, seu debu na cidade foi há mais tempo. Há uns três anos, a então desconhecida Ludovic tocou no extinto Rephinaria, “apresentada” por outra conterrânea igualmente visceral, a La Carne. Naquela noite, o então trio, deixou as pessoas boquiabertas diante do modo ensandecido com que o vocalista – na época também baixista – se movimentava no palco, parecendo mesmo possuído por um espírito forte do (pós) punk rock – e olha que fazer frente ao La Carne não é fácil. Agora a banda está um pouco diferente, com Jair dividindo as responsabilidades e podendo se dedicar ainda mais aos seus vocais carregados, no melhor sentido. Tem sido assim que eles superam as dificuldades inerentes ao underground brasileiro e conquistados seus fãs. O primeiro registro do grupo foi o EP homônimo de 2001, ao qual se seguiu Servil, em 2004. Ano passado chegou o mais recente, Idioma Morto, via Travolta Discos. Com Servil, aliás, a banda ganhou pelo voto popular, o Prêmio Dynamite de Música Independente 2005 na categoria “melhor disco de indie rock”. Além das performances intensas e contagiosas no palco, o disco novo, como os outros, traz letras impactantes que fazem a diferença, tratando de temas pesados da vida adulta sem meios termos, nem passar a mão na cabeça, acertando direto no estômago, várias vezes. Desde o nascimento em 2000, foram várias as formações, que agora se firmou com Jair Naves (voz), Eduardo Praça (guitarra), Ezekiel Underwood (guitarra), Fábio Sant’anna (baixo) e Júlio Santos (bateria). A fama arregimentada em shows se espalhou e os levou aos principais festivais independentes do país, como o Goiânia Noise Festival (GO), Calango (MT) e Campari Rock (SP), onde dividiram o palco com nomes de peso como Supergrass, Nação Zumbi e o trio norte-americano Mission of Burma, influência confessa da banda (ao lado de Sonic Youth, Patti Smith, Joy Division e Fellini).
“Em uma época com tantos subgêneros dentro do rock, é até de se estranhar que a melhor definição para dar à banda seja simplesmente rock! Cru, intenso, furioso”, diz o jornalista Cleiton Sotte sobre a banda. Jair, também compositor, escreve muito bem e não parece disposto a fazer concessões pop. Não é acaso que o trabalho do grupo tem sido saudado com comentários do tipo: “A banda e o disco que ainda vão salvar o seu dia (...); Servil é um dos LPs mais bem sacados gravados no Brasil nos últimos 15 anos”; “Se você ainda não viu um show do Ludovic, arrependa-se enquanto há tempo”. Ou ainda, “As sutilezas melódicas só são sentidas no CD porque ao vivo o Ludovic pratica o caos. Já vi shows do Ludovic e nunca sobra pedra sobre pedra”, de Gastão Moreira; ou as palaavras de Lúcio Ribeiro: “O show mais perigoso do rock nacional”
Curitibana - Na Ruído mm também é evidente a evolução musical – e não só. Com a proposta de construir sua música a partir de muitas guitarras, efeitos, grunhidos e tudo mais encapados pelo mais puro noise, o grupo curitibano vem construindo sua fama pedra a pedra, e deu um passo diferente ao decidir virar, também, produtor, com esta propósta de shows em diferente endereços sempre com convidados especiais. O bom gosto tem dado o tom também das escolhas que ainda prometem muitas boas noitadas por aqui.
A próxima aliás, já está marcada, dia 10, no Porão Rock Clube, com a osasquense La Carne (aquela que nos apresentou a Ludovic) e o retorno da curitibana OAEOZ aos palcos, depois de um 2006 completamente parado em termos de shows – para abrir o ano em que vai comemora uma década de atividade e lançar novos trabalhos. Outros nomes estão acertados, entre eles: Constantina (MG), SOL (POA), La carne (SP), Hierofante Púrpura (SP), e outros em negociação, como input output (POA), supercordas (RJ). Quem conhece sabe, só coisa fina.
Um caldeirão experimental que possibilita a integração de diversos domínios artísticos como música, quadrinhos, artes plásticas, arte de rua, poesia, enfim, qualquer tipo de manifestação artística que não queira ser aplainada. De modo mais simples, nada mais é que um coletivo de produção artística, com o intuito de promover o cenário artístico local.
As festas da Ruído contam também com a participação dos artistas do Interlux Arte Livre, criando verdadeiros happenings - utilizando artes plásticas, vídeos, performances e arte de rua. Os cartazes também são um show, que fazem parte do conceito. O artista plástico e quadrinista DW está criando os 12 cartazes que, ao final, comporão uma obra de HQ. O primeiro deles, realizado em janeiro com o concerto da banda Colorir, foi a capa da revista. A partir do cartaz de fevereiro, o público poderá contemplar o início da trama e, no decorrer do ano, a história se completando. “É uma forma que achamos de dar mais brilho e simpatia às artes de cartazes, muitas vezes deixadas de lado pelas bandas brasileiras”, diz André Ramiro.
SERVIÇO
Ludovic e e ruído/mm. Dia 23. R$6. Korova bar (Av Batel, 906).
Mas, seu debu na cidade foi há mais tempo. Há uns três anos, a então desconhecida Ludovic tocou no extinto Rephinaria, “apresentada” por outra conterrânea igualmente visceral, a La Carne. Naquela noite, o então trio, deixou as pessoas boquiabertas diante do modo ensandecido com que o vocalista – na época também baixista – se movimentava no palco, parecendo mesmo possuído por um espírito forte do (pós) punk rock – e olha que fazer frente ao La Carne não é fácil. Agora a banda está um pouco diferente, com Jair dividindo as responsabilidades e podendo se dedicar ainda mais aos seus vocais carregados, no melhor sentido. Tem sido assim que eles superam as dificuldades inerentes ao underground brasileiro e conquistados seus fãs. O primeiro registro do grupo foi o EP homônimo de 2001, ao qual se seguiu Servil, em 2004. Ano passado chegou o mais recente, Idioma Morto, via Travolta Discos. Com Servil, aliás, a banda ganhou pelo voto popular, o Prêmio Dynamite de Música Independente 2005 na categoria “melhor disco de indie rock”. Além das performances intensas e contagiosas no palco, o disco novo, como os outros, traz letras impactantes que fazem a diferença, tratando de temas pesados da vida adulta sem meios termos, nem passar a mão na cabeça, acertando direto no estômago, várias vezes. Desde o nascimento em 2000, foram várias as formações, que agora se firmou com Jair Naves (voz), Eduardo Praça (guitarra), Ezekiel Underwood (guitarra), Fábio Sant’anna (baixo) e Júlio Santos (bateria). A fama arregimentada em shows se espalhou e os levou aos principais festivais independentes do país, como o Goiânia Noise Festival (GO), Calango (MT) e Campari Rock (SP), onde dividiram o palco com nomes de peso como Supergrass, Nação Zumbi e o trio norte-americano Mission of Burma, influência confessa da banda (ao lado de Sonic Youth, Patti Smith, Joy Division e Fellini).
“Em uma época com tantos subgêneros dentro do rock, é até de se estranhar que a melhor definição para dar à banda seja simplesmente rock! Cru, intenso, furioso”, diz o jornalista Cleiton Sotte sobre a banda. Jair, também compositor, escreve muito bem e não parece disposto a fazer concessões pop. Não é acaso que o trabalho do grupo tem sido saudado com comentários do tipo: “A banda e o disco que ainda vão salvar o seu dia (...); Servil é um dos LPs mais bem sacados gravados no Brasil nos últimos 15 anos”; “Se você ainda não viu um show do Ludovic, arrependa-se enquanto há tempo”. Ou ainda, “As sutilezas melódicas só são sentidas no CD porque ao vivo o Ludovic pratica o caos. Já vi shows do Ludovic e nunca sobra pedra sobre pedra”, de Gastão Moreira; ou as palaavras de Lúcio Ribeiro: “O show mais perigoso do rock nacional”
Curitibana - Na Ruído mm também é evidente a evolução musical – e não só. Com a proposta de construir sua música a partir de muitas guitarras, efeitos, grunhidos e tudo mais encapados pelo mais puro noise, o grupo curitibano vem construindo sua fama pedra a pedra, e deu um passo diferente ao decidir virar, também, produtor, com esta propósta de shows em diferente endereços sempre com convidados especiais. O bom gosto tem dado o tom também das escolhas que ainda prometem muitas boas noitadas por aqui.
A próxima aliás, já está marcada, dia 10, no Porão Rock Clube, com a osasquense La Carne (aquela que nos apresentou a Ludovic) e o retorno da curitibana OAEOZ aos palcos, depois de um 2006 completamente parado em termos de shows – para abrir o ano em que vai comemora uma década de atividade e lançar novos trabalhos. Outros nomes estão acertados, entre eles: Constantina (MG), SOL (POA), La carne (SP), Hierofante Púrpura (SP), e outros em negociação, como input output (POA), supercordas (RJ). Quem conhece sabe, só coisa fina.
Um caldeirão experimental que possibilita a integração de diversos domínios artísticos como música, quadrinhos, artes plásticas, arte de rua, poesia, enfim, qualquer tipo de manifestação artística que não queira ser aplainada. De modo mais simples, nada mais é que um coletivo de produção artística, com o intuito de promover o cenário artístico local.
As festas da Ruído contam também com a participação dos artistas do Interlux Arte Livre, criando verdadeiros happenings - utilizando artes plásticas, vídeos, performances e arte de rua. Os cartazes também são um show, que fazem parte do conceito. O artista plástico e quadrinista DW está criando os 12 cartazes que, ao final, comporão uma obra de HQ. O primeiro deles, realizado em janeiro com o concerto da banda Colorir, foi a capa da revista. A partir do cartaz de fevereiro, o público poderá contemplar o início da trama e, no decorrer do ano, a história se completando. “É uma forma que achamos de dar mais brilho e simpatia às artes de cartazes, muitas vezes deixadas de lado pelas bandas brasileiras”, diz André Ramiro.
SERVIÇO
Ludovic e e ruído/mm. Dia 23. R$6. Korova bar (Av Batel, 906).
por Adriane Perin - Jornal do Estado
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